em 07/10/2004

Título: CONAN - O BÁRBARO # 15 (Mythos Editora) - Revista mensal
Autores:
Chuva de Prata: Roy Thomas (argumento), Mike Docherty & Ricardo Villagran (arte).
A Maldição do Crânio de Ouro: Roy Thomas (argumento) & Neal Adams (arte).
Preço: R$ 4,40
Número de Páginas: 52
Data de lançamento: Abril de 2003
Sinopses: Chuva de Prata - Em Koth, Conan e Isparana são abordados por um grupo dos Companheiros Livres e seu primeiro contato não é nada afetivo.
Como sempre, Conan faz o aço falar por ele até que um antigo companheiro surge para separar a contenda.
Em Tantusium, Conan, Isparana e Amalric juntam-se ao príncipe Borrin para planejarem um ataque ao Forte Wakla.
Durante o bem-sucedido ataque, Conan se vê obrigado a enfrentar alguns desafetos e até mesmo um certo mago, Agohoth, que fora enviado pelo rei Yildiz para auxiliar Borrin.
A Maldição do Crânio de Ouro - Em missão de escolta, junto com um pelotão do exército turaniano, Conan e Juma - um negro gigantesco - se vêem obrigados a enfrentar guerreiros montanheses.
Capturados junto com sua preciosa carga, a princesa Yolinda - filha de Yezdigerd -, a dupla segue até uma misteriosa cidade onde, em uma torre, um mago os aguarda.
Os dois bárbaros são destinados à escravidão, enquanto a princesa é destinada ao casamento com o mago ancestral conhecido como Rotath, da antiga Lemúria - na época do Rei Kull.
Fugindo para o interior de uma mina de ouro, Conan e Juma, deparam-se com uma lesma gigante, que os persegue até o centro da cidade, onde o caos prevalece.
O final da aventura é estarrecedor! Uma prova de que o feitiço pode voltar-se contra o feiticeiro!
Comentários: Chuva de Prata marca o início da adaptação de Conan, o Renegado, um romance de Leonard Carpenter. Embora pouco tenha a ver com o original, boa parte da adaptação é aproveitada numa seqüência de aventuras de Conan e Isparana junto aos Companheiros Livres, de Amalric.
Embora a arte confusa de Mike Docherty, com suas poses desconcertantes e seus looks patéticos, roube um pouco do mérito da história, a arte-final de Ricardo Villagran ajuda a remediar a situação; assim como o argumento inconfundível de Roy Thomas.
Sobre Leonard Carpenter, além de Conan, o Renegado, ele ainda escreveu Conan, o Pirata; Conan, o Senhor da Guerra; Conan, o Herói; Conan, o Grande; Conan, o Proscrito; Conan, o Selvagem; Conan da Irmandade Vermelha; Conan, o Flagelo da Costa Sangrenta; Conan, o Gladiador; e, mais recentemente, Conan, Senhor do Rio Negro; todos inéditos no Brasil e nunca adaptados.
Já A Maldição do Crânio de Ouro, magistralmente ilustrada pelo mágico Neal Adams (quem não conhece seu trabalho, junto com Roy Thomas, nas clássicas histórias dos X-Men?; além, é claro, de As Negras Noites de Zamboula, em ESC 8), vem provar que uma história pode ser contada duas vezes sem perder o brilho e o encantamento.
Inspirada em um fragmento de um conto de Howard, A Cidade da Caveira, posteriormente desenvolvida e alterada por Lin Carter, A Maldição foi apresentada originalmente em Conan the Barbarian # 37 (1974) e mostrava elementos e conceitos do conto, embora a lesma e o mago sejam invenção de Thomas. Alguns anos depois tal história foi readaptada por Roy Thomas e Mike Vosburg e apresentada aos leitores brasileiros em A Espada Selvagem de Conan nº 92, desta vez de uma forma mais fiel ao conto.
Os destaques, além das boas histórias da edição, vão para a capa do Jubran, que foi muito bem pintada; para o novo logo da seção de cartas, criação genial do conanmaníaco Otoniel Lopes Jr.; para a terceira capa, que mostra uma das excelentes artes do mago Earl Norem; para o elucidativo editorial e para a já consagrada seção de cartas.
A revista, cada vez mais, se sagra um marco de dedicação e interação com o leitor. Existem, claro, alguns deslizes editoriais mínimos (cortem a cabeça do letrista!!) como pode-se conferir na página 35, 2º quadro: 'Conan encontra-se se isolado...'; quando o correto seria: 'Conan encontra-se isolado...'; Ou ainda na página 41, 7º quadro, 2º balão: 'Vou arrancar seu coração e pendur num--'; quando o certo seria: 'Vou arrancar seu coração e pendurar num--'. Todavia, isso é irrelevante diante da dedicação do nosso editor hiboriano.
Uma curiosidade é o fato de Juma chamar um rinoceronte de 'unicórnio'. Mas, na Índia, unicórnio é uma espécie de rinoceronte e essa criatura mítica com corpo de cavalo, cor branca e um único afinado corno sobre sua fronte, aparece nas lendas e na arte tanto da Índia, quanto da China, Islão e Europa medieval, onde foi associado com a castidade e com o Cristo.
Embora na era hiboriana já tenham sido avistados unicórnios - como os das lendas - em algumas paragens, como visto na ESC 75, isso nos leva a deduzir que, talvez apenas para o kushitas, o rinoceronte era conhecido como unicórnio.