Então, rápida na mudança de forma,
Vi uma névoa pálida passar e sumir –
E lá, uma mulher se deitava com outra mulher,
Em paixão desavergonhada e estupro não-natural.
Estranhos eram seus olhos, de gelo profundo e frios como gelo,
Com paixões que a alma humana nunca possuiria;
Mais frios e brancos que o mais raro marfim,
Eram suas nádegas erguidas e ondulantes, e suas coxas,
Seios firmes e cheios, seu estranho cabelo pálido como o luar
Flutuava-lhe ao redor dos ombros, como uma nuvem;
Nenhum sussurro quebrava o silêncio;
Paradas e intimidadas, as pessoas se encolhiam diante de seus olhos gelados.
Sob suas coxas, a mulher chorou duas vezes,
Depois escondeu os olhos diante daqueles olhos de gelo.
(Robert E. Howard, para Tevis Clyde Smith, sem data).
“Ela se deitava nua na poeira suja,
Sob os céus toldados por estrelas,
E as garçonetes lhe pisavam
E lhe cuspiam entre as coxas.
Elas pressionavam suas nádegas nos lábios dela
Na luxúria de sua brincadeira devassa [...]”.
(Robert E. Howard para Tevis Clyde Smith, setembro de 1930)
Tradução: Fernando Neeser de Aragão.
Fonte: http://onanunderwood5.blogspot.com/2018/08/conan-and-sappho-robert-e-howard-on.html