(por Robert E. Howard)
Aquilonianos: Era uma raça de sangue mais-ou-menos puro, embora
modificada pelo contato com os zíngaros no sul, e bem menos amplamente com os
bossonianos ao oeste e ao norte. A Aquilônia, o mais ocidental dos reinos
hiborianos, manteve suas fronteiras praticamente inalteradas, fato só igualado
pelo mais antigo reino da Hiperbórea e pelo Reino da Fronteira. Suas províncias
mais importantes eram Poitain, ao sul; Gunderlândia, ao norte, e Attalus no
sudeste.
Os
aquilonianos eram uma raça alta, com altura média de 1,80m, e eram geralmente
esguios, embora, nas últimas gerações, os moradores das cidades tivessem
predisposição à corpulência. Variavam bastante de cor, de acordo com a
localidade. Assim, o povo da Gunderlândia tinha uniformemente cabelos
castanho-claros e olhos cinzentos, enquanto o povo de Poitain era quase tão
uniformemente moreno quanto seus vizinhos zíngaros. Todos tinham tendência a
ser dolicocéfalos, exceto por alguns camponeses ao longo das fronteiras
bossonianas, cujo tipo havia sido modificado pela mistura com a última raça; e,
aqui e ali, nas partes mais primitivas do reino, onde remanescentes de raças
aborígines não-classificadas ainda existiam, absorvidos pela população vizinha.
O povo de Attalus ostentava os maiores avanços no comércio e na cultura, embora
o nível geral de civilização aquiloniana fosse invejável.
Sua linguagem
era muito parecida às das demais línguas hiborianas, e seu deus principal era
Mitra. No auge de seu poder, sua religião era de um tipo refinado e imaginativo,
e não praticavam sacrifícios humanos. Na guerra, contavam bastante com sua cavalaria
e nobres fortemente armados. Seus piqueiros e lanceiros eram, na maioria, gunderlandeses,
enquanto seus arqueiros eram fornecidos pela fronteira bossoniana.
Gunderlandeses: A Gunderlândia era outrora um reino separado, mas
foi anexado ao reino maior menos por conquista que por acordo. Seu povo nunca
se considerou exatamente aquiloniano e, após a queda do grande reino, existiu
por várias gerações em seu estado anterior de principado independente. Seus
modos eram mais rudes e mais originalmente hiborianos que os dos aquilonianos,
e sua principal concessão ao modo de vida de seus vizinhos mais civilizados do
sul foi a adoção do deus Mitra no lugar do primitivo Bori – um culto ao qual,
no entanto, retornaram quando a Aquilônia caiu.
Eram, logo depois dos hiperbóreos, a mais alta das raças hiborianas.
Eram ótimos soldados e propensos a vagar para longe. Mercenários gunderlandeses
eram encontrados em todos os exércitos dos reinos hiborianos, em Zamora e nos
mais poderosos reinos de Shem.
Cimérios: Eram descendentes dos antigos atlantes, embora eles
próprios desconhecessem esta descendência, tendo evoluído por esforços próprios
dos homens-macacos nos quais seus ancestrais se transformaram. Era uma raça
alta e poderosa, com altura média de 1,83m. Tinham cabelos negros e olhos
cinzentos ou azuis. Eram dolicocéfalos e morenos, embora não tão escuros quanto
os zíngaros, zamorianos ou pictos.
Eram bárbaros
e belicosos, e nunca foram conquistados, embora, no final da Era Hiboriana, a
investida dos nórdicos em direção ao sul os tenha expulsado de suas terras. Era
uma raça taciturna e melancólica, cujos deuses eram Crom e sua prole. Não
praticavam sacrifícios humanos, pois acreditavam que seus deuses eram
indiferentes ao destino dos homens. Lutavam principalmente a pé, e faziam
incursões ferozes aos seus vizinhos a leste, norte e sul.
Tradução: Fernando Neeser de Aragão.