(por Robert E. Howard)
O velho Rei Saul era um destemido
protetor velho;
Enterrou sua espada no intestino
de Asdode. (**)
Os guerreiros de Gaza tremiam de
medo,
Seus dedos se contorciam até
derramarem suas bebidas.
E cada mulher leviana e cada João
(***)
Tremia diante de seu nome em
Askalon.
Os guerreiros de Gath foram atrás
dele
Para lhe pendurar o escalpo no
galho de uma nogueira.
Eles foram – e, quando voltaram
mancando,
Carregavam suas tripas num saco
de aniagem.
E narizes estourados, olhos
enegrecidos
E orelhas mastigadas estavam em
grande abundância.
E, antes que pudessem destrancar
seus portões,
Sentiram os pregos dele nas
nádegas.
Seus olhos eram azuis como a
bruma do oceano,
Seu cabelo era vermelho como uma
chama dançante.
Ele sempre bebia bem seu uísque
E tinha um intestino capaz de
suportar a carga.
Para a música, ele tinha um
ouvido elegante,
Especialmente após a décima
quinta cerveja.
Ele se esparramava no trono com
uma caneca de barro nas mãos
E seus pés apoiados num barril
entalhado,
Com um cetro cravejado de jóias
para marcar o compasso
À batida do ritmo e da rima,
Enquanto Davi se apoiava em sua
harpa
Tocando “O vestir do Verde”.
E Samuel jurava que o reino
Estava indo direto para o
Inferno.
Metade dos bebês nascidos em seu
reino
Tinha olhos azuis e uma cabeleira
vermelha.
A razão Samuel não
entusiasmava...
Ele estava fazendo micks com todos os judeus!
(*) – Mick: Termo usado para pessoas de descendência irlandesa
(nota do tradutor).
(**) – Asdode: Cidade israelita (n. do t.).
(***) – “Agraciado por Deus”, em Hebraico (idem).
Tradução: Fernando Neeser de Aragão.