Nota sem título (a Fronteira Ocidental)


(por Robert E. Howard)


A Fronteira Oeste: localizada entre a fronteira bossoniana e a selva picta.

Províncias: Thandara, Conawaga, Oriskonie, Schohira.

Situação política: Oriskonie, Conawaga e Schohira eram governadas por patente real. Cada uma estava sob a jurisdição de um barão da fronteira oeste, a qual fica logo a leste da fronteira bossoniana. Estes barões respondiam apenas ao rei da Aquilônia. Teoricamente eles possuíam a terra, e recebiam certa porcentagem do seu ganho. Em troca, forneciam tropas para protegerem a fronteira contra os pictos, construíam fortalezas e cidades, e indicavam juízes e outros oficiais. Na verdade, seu poder não era tão absoluto quanto parecia. Havia uma espécie de corte suprema, localizada na maior cidade de Conawaga, Scanaga, presidida por um juiz indicado diretamente pelo rei da Aquilônia, e era um privilégio do réu, sob certas circunstâncias, apelar para esta corte.

Thandara era a província mais meridional; Oriskonie, a mais setentrional e a mais escassamente povoada. Conawaga ficava ao sul de Oriskonie e, ao sul de Conawaga, ficava Schohira, a menor das províncias. Conawaga era a maior, a mais rica e mais densamente povoada; e a única onde patrícios fundiários haviam se estabelecido.

Thandara era a província mais pioneira. Originalmente era apenas uma fortaleza com esse nome, no Rio do Cavalo de Guerra, construída por ordem direta do rei da Aquilônia e comandada por tropas reais. Após a conquista da província de Conajohara pelos pictos, os colonos daquela província se deslocaram para o sul e se fixaram na região vizinha à fortaleza. Mantinham sua terra com a força de suas armas, e não recebiam nem precisavam de qualquer patente. Não reconheciam qualquer barão como soberano. Seu governante era apenas um comandante militar escolhido entre eles mesmos, sua escolha sendo sempre submetida e aprovada pelo rei da Aquilônia como formalidade. Nenhuma tropa jamais foi enviada para Thandara. Eles construíam fortes – ou melhor, fortins –, os guarneciam eles próprios e formavam companhias de corpo militar chamadas de Corpos de Tropas. Estavam em guerra incessante com os pictos.

Quando veio a notícia de que a Aquilônia estava sendo dividida pela guerra civil, e que o cimério Conan estava lutando pela coroa, Thandara instantaneamente se pronunciou a favor de Conan, renunciando à sua lealdade ao Rei Namedes, e mandou um recado, pedindo a Conan que apoiasse seu governante eleito, o que o cimério fez imediatamente. Isto enfureceu o comandante de um forte da fronteira bossoniana, e ele marchou com seu exército para devastar Thandara. Mas os fronteiriços o enfrentaram em suas fronteiras e lhes deram uma derrota feroz, após a qual não houve mais tentativa de se intrometer com Thandara. Mas a província ficou isolada, separada de Schohira por uma extensão de terra inabitada, e por trás deles estava a região bossoniana, onde a maioria da população era legalista.

O barão de Schohira tomou partido de Conan, e marchou para se juntar ao seu exército, mas não pediu recrutas de Schohira, onde cada homem era realmente necessário para guardar a fronteira. Mas em Conawaga havia muitos legalistas, e o barão de Conawaga cavalgou em pessoa para Scandaga e ordenou que a população lhe fornecesse uma tropa para cavalgar e ajudar o rei Namedes. Houve guerra civil em Conawaga, e o barão planejou esmagar todas as outras províncias e se tornar governador de todas elas. Nesse meio tempo, em Oriskonie, o povo havia derrubado o governador apontado pelo barão, e estavam enfrentando selvagemente os legalistas que se escondiam entre eles.


Tradução: Fernando Neeser de Aragão.



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