Na Taverna da Adaga Sangrenta...

(por Robert E. Howard)


Na Taverna da Adaga Sangrenta, com nada a ganhar ou perder,
Com pistolas enfiadas em seus cintos e botas, bebiam avidamente as tripulações piratas.
Lá estava Bill com as nádegas tatuadas, e Tom com a perna de pau,
E Mike O Rude, de Liverpool – oh, ele era um forte e indomável arrombador de cofres!
Nossos copos de vinho batiam forte nas beiradas das mesas, nossa risada se elevava.
E, de vez em quando, um tiro estalava e alguém beijava a poeira.
Isso deixava um homem bem nervoso, esquivando-se dos cortes do sabre,
E ocasionalmente alguém gritava com um furo de espada nas tripas.
As pragas ardentes trovejavam até o teto, o copo de vinho queimava o lábio,
E nos deleitávamos e matávamos uns aos outros em agradável coleguismo.

Então, de uma mesa manchada de vinho, gritando por mais cinco cervejas,
Levantou-se Eve da Faixa Escarlate, a rainha dos bucaneiros!
E, atravessando a taverna, com um bramido áspero e rude,
Veio Mike Matador, que chamava a si mesmo rei da Irmandade!
“Aqui e de uma vez por todas”, Eve gritou, “Vamos resolver este caso finalmente!”
“Com o corte de um sabre bem-afiado ou o estalar de uma bala de pistola!”
Pois havia uma rixa entre os dois sobre quem deveria governar os mares.
Eve usava sua saia escarlate que não lhe alcançava os joelhos.
Usava botas vistosas de couro, que deixavam seus alvos joelhos nus,
Uma jaqueta sem mangas, de gola baixa, e uma fita no cabelo.
Ao redor de sua cintura esguia e bem-torneada, estava enrolada sua faixa escarlate,
Naquela faixa havia uma espada fina de dois gumes, afiada como um chicote de cavaleiro.

Mike Matador era um homem forte, com os músculos em nós,
Seria o nome do bastardo mais duro de toda a Irmandade.
Seus braços eram como os mastros de um navio, salientes e tão fortes quanto ferro,
E diziam que seu pênis tinha 48 centímetros de comprimento.

“Segurem-se, corajosos colegas”, disse Anaconda Bill,
“Não há jeito de resolverem isso sem vocês precisarem matar?
“Oh, deixem seus gotejantes mortíferos ao lado de suas calças,
“E resolvam isso de forma pacífica, através de chances dadas”.
“Isto é muito sério para jogos pacíficos”, disse Mike, “Não será feito!
“Através de brincadeira de faca entre os dedos, nem botões, nem jogando níqueis!”
“Puxe a espada, seu filho molenga de uma rameira”, Eve desafiou alto e em tom estridente,
“E arrancarei seu fígado e o fritarei na grelha!”.
“Cada homem com sua própria arma”, Mike respondeu imediatamente,
“Não usarei uma espada nem uma pistola para dominar uma potranca atrevida”.
“Então o que, em nome de Satã?” Eve lançou a espada para um lado,
E todos os bucaneiros ficaram parados, uma horda boquiaberta de espanto.
Ele a agarrou com seus braços de ferro, enquanto ela praguejava por estar indefesa,
E ele lhe deu uma palmada nas nádegas, sobre a mesa, e lhe ergueu o vestido.
Então, puxou para fora o pênis – o qual seria capaz de derrubar um boi...
E, quando Eve viu o tamanho daquilo, abriu a boca e gritou.

Mas, embora ela chutasse, se debatesse e fizesse o seu melhor,
Uma vez que estava totalmente dentro dela, não pareceu aflita.
E, enquanto gritávamos e os aplaudíamos, lá na mesa começou
Uma feroz batalha lutada como nunca antes por uma mulher e um homem.
Um teste de força e resistência, até o teto começar a girar,
E, mesmo assim, ele não conseguia desgastá-la e não se daria por vencido.
Divertiram-se até o sol se levantar no leste, divertiram-se até o sol se pôr,
Seus músculos estalavam e suas testas estavam endurecidas numa careta de morte-ou-vitória.

A lua se ergueu e a lua se pôs, e o assunto continuava em dúvida,
Mas ela se fortalecia e ele estava se cansando.
E, quando o leste estava se avermelhando, e a luz do dia entrou,
Ele desabou de costas para fora dela e arfou: “Oh, Diabos, você venceu!”
E o sol, que se erguia e reluzia sobre os prados distantes,
Olhou para um chefe humilhado e a senhora dos mares!



Tradução: Fernando Neeser de Aragão.




A Seguir: Vitória.





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