(por Robert E. Howard)
Conan, que vivia
numa tribo errante de zuagires – nômades shemitas –, perambulou para dentro de
Zamboula, uma cidade estranha e híbrida, no deserto da disputada fronteira
entre a Stygia e os domínios hirkanianos. Zamboula era habitada por stígios, shemitas
e vários mestiços, e governada pelos hirkanianos. Um sátrapa governava lá, chamado
Jungir Khan, com soldados hirkanianos. A cidade continha, e era adjacente, a
muitos oásis e pequenos bosques de palmeiras.
Conan,
pretendendo passar a noite na taverna de um certo Aram Baksh, foi avisado, por
um homem tribal shemita, que outros homens do deserto e viajantes haviam
passado a noite na casa de Aram, e nunca mais foram vistos. Ele disse que
nenhum corpo havia sido achado no local; mas, além dos subúrbios da cidade – a
qual não tinha muralhas –, havia um buraco no qual ossos humanos queimados
haviam sido encontrados. O shemita acreditava que Aram era um demônio
disfarçado, que fazia comércio com os demônios do deserto. Conan não deu
ouvidos ao aviso, e foi para a casa de Aram, a qual ficava nos subúrbios da
cidade. Aram deu a ele um quarto que tinha saída para uma rua, a qual seguia
diretamente para o deserto, entre pequenos bosques de palmeiras.
Durante a noite,
Conan foi acordado pelo abrir furtivo de uma porta, e ergueu-se de um pulo para
matar um enorme escravo negro, o qual lhe havia adentrado o quarto. Era um
escravo canibal de Darfar – a qual ficava bem ao sul –, e Conan percebeu que
Aram estava vendendo seus hóspedes para aqueles animais. Saindo para a rua, com
a intenção de entrar na taverna por outra porta e matar Aram, ele viu três
negros andando sorrateiramente ao longo de uma rua, com uma jovem cativa. Ele
os atacou e matou, e se escondeu com a garota, quando um grande bando deles
passou por ali, se dirigindo ao forno que ficava além dos subúrbios. A jovem
contou a ele que era uma dançarina, que amava um jovem soldado hirkaniano e era
desejada pelo sacerdote de Hanuman, um stígio chamado Totrasmek. Ela disse que
o stígio, com sua magia, havia enlouquecido o jovem soldado, e este tentara
matá-la. Fugindo dele, ela havia sido pega pelos negros que se escondiam ao
redor das ruas, agarrando e devorando tudo o que podiam. Quando terminaram de
conversar, o soldado louco os atacou, e Conan o nocauteou e amarrou. Então,
carregando-o, ele a seguiu até um local na cidade, onde um escravo negro – o
qual não era canibal – se encarregou do soldado inconsciente, no qual ela havia
antes procurado um anel com uma grande jóia – a única coisa que ele não queria
dar a ela. Ela dera a ele uma droga que lhe fora fornecida pelo sacerdote, para
fazê-lo dormir e roubar esta jóia. Mas a droga o enlouquecera. Ela convenceu
Conan a ajudá-la a matar o sacerdote.
Eles foram até
o Templo de Hanuman e entraram; ela tentou abrir a porta secreta atrás do
ídolo, mas uma mão agarrou-a pelos cabelos e a arrastou através da abertura. Um
gigantesco estrangulador kosalano a arrastou até a presença de Totrasmek, o
qual a fez dançar nua entre quatro najas invocadas da fumaça. Conan, tentando
alcançar a câmara secreta por outro caminho, estrangulou o estrangulador
kosalano e, atravessando cortinas, matou Totrasmek. Ela o revistou após Conan
ter matado o kosalano, mas não encontrou a jóia. Então, ela contou a Conan que
ela era uma famosa cortesã da cidade, e o jovem soldado era, na verdade, o
sátrapa Jungir Khan. Eles retornaram e, graças a um antídoto, o deixaram
atordoado, porém são; e ela disse a Conan para retornar ao palácio na manhã
seguinte, para buscar sua recompensa. Ele retornou à casa de Aram e colocou o
taverneiro nas mãos dos negros, primeiro lhe cortando a língua para que não
pudesse falar. Então, ele se dirigiu ao deserto, pois sabia o tempo todo quem
eram a jovem e o soldado, e ele próprio havia roubado a jóia à qual ela
procurava.
Tradução:
Fernando Neeser de Aragão.