Canção de Amor de Zukala

(por Robert E. Howard)


Ao longo do céu, corria minha carruagem,
E as coisas do céu corriam à frente.
Eu corria na brisa sobre os mares iluminados por estrelas,
Até o próprio vento desistir;
Mas minha alma ficou solitária, e meu coração ficou triste,
Triste como o mar brilhante,
Pois nunca havia uma garota ou rapaz
Para rir comigo nos céus.

Escondi minhas asas num manto escarlate,
Abaixei meus olhos ardentes,
E segui a pé, com um alaúde que cantava com alegria e ritmo,
Um mendigo dos céus.
Usei meu alaúde para uma canção de amor,
Agucei minha canção com alegria,
E meus pés sorveram profundamente do bosque ondulante
E profundamente do pó da terra.

E donzelas me lançaram moedas de prata,
E mulheres me elogiaram a voz,
E, quando a aurora se foi, finalmente encontrei
A garota branco-rosada de minha escolha.
Ela me lançou uma rosa quando cantei para ela,
E suas raízes afundaram em meu peito;
Mas, oh, ela me lançou uma rosa mortífera,
Quando zombou de meu amor.

Cantei as canções dela como uma gota de orvalho do outono
E canções como o repique de uma trombeta;
Mas o coração dela era frio, e o mundo envelheceu,
E meu coração virou aço.
Rasguei meu manto escarlate em pedaços,
Ergui meus olhos terríveis,
Abri minhas asas, até elas esconderem o sol,
E subi novamente aos céus.




Tradução: Fernando Neeser de Aragão

Fonte: The “New” Howard Reader #1

Agradecimento especial: Ao howardmaníaco Deuce Richardson, moderador do site “The REH Forum” (www.conan.com/invboard)
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