O Salão dos Mortos (sinopse)

(por Robert E. Howard)


Um pelotão de soldados zamorianos, liderado pelo oficial Nestor, mercenário gunderlandês, marchava por um estreito desfiladeiro, perseguindo um ladrão – Conan, o cimério, cujos roubos a mercadores ricos e a nobres haviam enfurecido o governo da cidade zamoriana mais próxima. Conan deixara a cidade e estava sendo seguido por entre as montanhas. As paredes do desfiladeiro eram íngremes e o chão, densamente coberto por uma rica grama alta. Andando por esta grama, Nestor tropeçou em algo e caiu pesadamente. Era uma corda de couro cru, ali estendida por Conan, e ela derrubou uma estaca, a qual deu início a uma súbita avalanche, que soterrou todos os soldados, exceto Nestor, o qual escapara, ferido e com a armadura arranhada e amassada.

Furioso, ele seguiu a trilha sozinho e, emergindo num platô elevado, adentrou a cidade abandonada dos antigos, onde encontrou Conan. Instantaneamente atacou o cimério, que, após uma luta desesperada, o deixou sem sentidos com um golpe de espada no capacete, e seguiu para dentro da cidade abandonada, achando que ele estava morto. Nestor se recuperou e seguiu o cimério.

Conan, enquanto isso, havia entrado na cidade – escalando as muralhas, pois os portões estavam trancados –, e encontrado o ser monstruoso que assombrava a cidade. Ele o matou, atirando grandes blocos de pedra do alto de uma elevação; e em seguida, desceu e o cortou em pedaços com sua espada. Depois, se dirigiu ao grande palácio, esculpido numa única e monstruosa colina de pedra no centro da cidade. Procurava uma entrada, quando Nestor veio ao seu encontro novamente, espada na mão, depois de tê-lo seguido por sobre a muralha. Enfastiado, Conan o aconselhou que lhe ajudasse a se apossar do vasto e fabuloso tesouro, ao invés de lutar. Após alguma argumentação, o gunderlandês concordou, e eles entraram no palácio, chegando finalmente à grande câmara do tesouro, onde guerreiros de uma era passada se encontravam ao redor, posicionados como se estivessem vivos. Os companheiros fizeram embrulhos de ouro e pedras preciosas, e jogaram dados para decidir quem levaria um conjunto de perfeitas jóias fantásticas que adornava um altar, onde ficava uma serpente de jade – aparentemente um deus. Conan ganhou o jogo, e deu todo o ouro e demais jóias para Nestor. Pegou as gemas do altar e a serpente de jade – mas quando a ergueu do altar, os antigos guerreiros ganharam vida e seguiu-se um terrível combate, do qual os ladrões mal conseguiram escapar vivos. Lutando para saírem do palácio, eles foram seguidos pelos guerreiros gigantescos, que ao saírem sob a luz do sol, viraram pó. Um terrível terremoto abalou a cidade abandonada, e os companheiros foram separados. Conan voltou para a cidade e, entrando numa taverna onde sua amante volúvel bebia vinho avidamente, espalhou as jóias numa mesa respingada de cerveja, no Marreta. Para seu espanto, haviam se transformado em pó verde. Em seguida, ele se preparou para examinar a serpente de jade, que ainda estava no saco de couro. A garota ergueu a bolsa e largou-a com um grito, jurando que algo se movia dentro dela. Naquele instante, um magistrado entrou com vários soldados e deu voz de prisão a Conan, que se encostou numa parede e desembainhou a espada. Antes que os soldados pudessem se aproximar, o magistrado enfiou a mão na bolsa. Nestor retornara à cidade com as moedas, que não haviam se esfarelado, bebeu e contou sobre sua façanha. Eles haviam tentado prendê-lo, mas, embora bêbado, ele havia conseguido lutar e fugir. Agora, ao enfiar a mão gorda na bolsa, o magistrado gritou e arremessou-a para a frente, com uma serpente viva presa em seus dedos. O tumulto que se seguiu deu a Conan e à garota a oportunidade de escapar.


Tradução: Fernando Neeser de Aragão.

Digitação: Edilene Brito da Cruz.

Fonte: http://www.vb-tech.co.za/ebooks/Howard%20Robert%20E%20-%20Conan%2000%20-%20The%20Coming%20of%20Conan%20The%20Cimmerian%20-%20FF.txt
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