Título: CONAN, O CIMÉRIO # 17 (Mythos Editora) – Edição Mensal

Autores: A Cidade dos Ladrões – Kurt Busiek (roteiro) & Cary Nord (arte)

Preço: R$ 4,90

Número de Páginas: 28

Data de Lançamento: Agosto de 2005

Sinopse:

Conan da Ciméria chega à Cidade dos Ladrões, em Zamora, e inicia sua trajetória como ladrão iniciante.

Ao roubar um artefato sagrado ele tem dificuldades em vender o objeto e se envolve com um astuto ladrão na tentativa de obter lucro com o roubo e escapar de uma maldição.

Seu pretenso negociador tenta enganá-lo, mas logo descobre o quão perigoso pode ser essa intenção.

Positivo/Negativo:

Cary Nord nos apresenta nesta edição uma capa bastante sugestiva quanto ao conteúdo que a revista encerra. Não é à toa... grande parte da ação se passa em um beco na Cidade dos Ladrões, com muitas cabeças decepadas e sangue escorrendo nas vielas.

A arte de Nord continua excelente, com destaque para a página 18, onde aparece Conan cercado de inimigos e decepando um deles. Aqui podemos observar a atenção que Nord dá à arte, quando o colar de Conan é arrancado e não volta a aparecer nas páginas seguintes; assim como sua vestimenta que é totalmente dilacerada, restando-lhe apenas a tanga de panos. Por outro lado, o mesmo artista que teve o zelo de retratar a turaniana Iasmini (edições 4 a 6) com a típica cor morena do povo dela (ver “A Era Hiboriana”, de R. E. Howard), não fez o mesmo com os zamorianos, deixando quase todos com a pele mais clara que a do próprio Conan (contradizendo frontalmente o que o criador de Conan e sua Era deixou claro em contos como “A Torre do Elefante” e “O Colosso Negro, bem como nos ensaios “Nota Sobre Vários Povos da Era Hiboriana” e o já citado “A Era Hiboriana”). Pelo que R. E. H descreveu, a pele do povo de Zamora era mais escura que a de Conan – embora tivessem feições ocidentais –, talvez de cor semelhante à dos pictos. Mas, como diria o ex-torturador João Trovão, do Chico Anísio Show, “foi só uma ligeira recaída...”, pois a partir da edição 19, os atentados póstumos a Howard nesse aspecto tendem a piorar...

O roteiro de Busiek nos apresenta um Conan tentando a duras penas aprender o ofício de ladrão. Embora forte e ágil, falta a Conan a malícia e a astúcia dos ladrões zamorianos. Contudo, esse jovem Conan ladrão não é nada ingênuo e faz uso de sua força e inteligência para se sobressair na profissão.

Uma curiosidade: em nenhum momento, na aventura desta edição, é citado o nome da cidade em que Conan se encontra. Sabemos que se trata da Cidade dos Ladrões, como informado na página 5, e em diversas outras páginas seguintes. Porém, os leitores mais antigos sabem que se trata de Arenjun, a cidade dos ladrões em Zamora – famosa nos tempos de Conan pela Marvel Comics. Ainda assim, o nome Arenjun foi criação de L. Sprague DeCamp, quando ele reescreveu o conto howardiano “The Trail of the Bloodstained God” (originalmente, uma aventura de Kirby O’Donnel, no Oriente Médio dos anos 30) num conto de Conan da Ciméria, batizado “The Bloodstained God” (Na Trilha do Deus Imaculado, quadrinizado em A Espada Selvagem de Conan – em cores # 2).

O criador de Conan nunca especificou o nome da cidade onde se passa “A Torre do Elefante” (aventura que será mostrada na edição #20, acontecida na mesma cidade) e – muito possivelmente – o fragmento, postumamente batizado “O Salão dos Mortos”.

Quanto ao nome “Cidade dos Ladrões”, parece ter sido idéia de Kurt Busiek. E por sinal, uma idéia que tem tudo a ver, porque, vasculhando nas edições norte-americanas dos livros Conan o Cimério, são feitas várias referências sobre “ladrões zamorianos” – alguns deles são mostrados, como em “O Colosso Negro” – e sobre Conan ter sido ladrão em Zamora. Some-se a isto o fato da cidade, onde Yara vivia na Torre do Elefante, ser um local cheio de ladrões – não apenas de Zamora, mas de outros países...

Para encerrar, mais uma pitoresca aventura de Bob Cano-Duplo.
Classificação: 4 – Osvaldo Magalhães e Fernando Neeser, Cronistas do Portal Crônicas da Ciméria
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