em 07/10/2004
Robert Ervin Howard, criador de densas e vigorosas fantasias, nasceu em 22 de janeiro de 1906, em Peaster, Texas. Leitor insaciável desde a infância, sentia fascínio inato pela História, o que lhe foi muito útil anos mais tarde. Sua inclinação literária, contudo, parecia algo incoerente, principalmente quando comparada ao seu aspecto físico: cerca de 1,83 m de altura, pescoço grosso, cintura esguia, enfim, tudo para ser associado, como foi, aos personagens que criou e tornou famosos. Ainda jovem, Howard fez de tudo um pouco: foi repórter jornalístico, secretário particular numa agência de advocacia, taquígrafo, balconista de lanchonete e... ah, sim, até carteiro. Tudo isso sem nunca perder de vista sua verdadeira vocação de contador de histórias fantásticas. Sua fértil carreira de ficcionista, propriamente, teve início quando, aos 18 anos, sua primeira história foi vendida para a legendária revista Weird Tales, criando praticamente sozinho o atualmente difundido gênero de magia e aventura, apresentando aos leitores o Rei Kull da Valúsia em 1929 e Conan da Ciméria em 1932. Ele também escreveu contos esportivos, bem como histórias orientais e de faroeste para outras revistas. Seu estilo pitoresco, emoldurado por ambientações dramáticas e salpicado de batalhas sangrentas, garantiu-lhe grande sucesso como autor de aventuras e inveja por parte de seus colegas. Howard também aventurou-se na poesia; para citar o poeta H. P. Lovecraft, sua obra era "estranha, vertiginosa, emocionante". Além das obras publicadas, Robert E. Howard manteve volumosa correspondência com personalidades literárias, como Clark Ashton Smith, Edmond Hamilton, E. Hoffmann Price, Otis Adelbert Kline e o já mencionado H. P. Lovecraft. De longe sua criação mais conhecida, Conan, tornou-se tão popular entre os leitores da Weird Tales que Howard foi obrigado a abandonar seus outros heróis para dedicar-se exclusivamente às sagas do gigante cimério. Ele esboçou numerosos contos sobre o intrépido bárbaro, mas devotou suas energias na escritura de uma única novela sobre o herói, chamada A Hora do Dragão (The Hour of the Dragon). Composta em parte por vários contos recuperados, a novela passou a ser impressa em forma de livro como Conan, o Conquistador (Conan the Conqueror). Howard morava com seus pais no vilarejo de Cross Plains, Texas, e sua carreira ganhou ainda mais notoriedade quando os vizinhos descobriram que a renda do autor era maior que a do presidente do banco. Sua última história, assim como a primeira, foi vendida para a Weird Tales. Robert E. Howard suicidou-se em 11 de junho de 1936. Após sua morte, suas obras pareciam fadadas ao esquecimento, como ocorreu com a produção de autores do mesmo gênero. Na década de 40, alguns contos de Howard foram reunidos numa edição limitada de capa dura da Gnome Books. Porém, a verdadeira ressurreição do interesse pela obra do escritor só aconteceu nos anos 60, quando as histórias de Conan voltaram a circular na forma de brochura, e novas histórias foram criadas por L. Sprague de Camp e Lin Carter. Em 1970 a Marvel Comics adquiriu os direitos para versão em quadrinhos de Conan e outros personagens de Robert Howard, dando início à mais extensa e prolífera das publicações howardianas. Esse processo estende-se até hoje, com exceção de um período em que as brochuras de Conan Canon (Os Cânones de Conan) não eram disponíveis devido a complicações jurídicas. Nesse período, a premiada série colorida em quadrinhos, Conan the barbarian (Conan, o Bárbaro), manteve o público em contato com o herói.