As Grandes Cidades da Era Hiboriana

Na Era Hiboriana, o mundo não é moldado apenas por reis, bárbaros e feiticeiros. É nas cidades que a civilização pulsa — com suas torres douradas, templos ancestrais, mercados fervilhantes e becos cheios de veneno. São nelas que as alianças se formam, as traições se desenrolam e os impérios nascem ou ruem. Robert E. Howard desenhou um cenário onde cada cidade tem personalidade, história e um papel distinto no teatro brutal do continente hiboriano.

A seguir, exploramos as mais marcantes dessas cidades, seus traços culturais, políticos e simbólicos dentro da era das espadas e feitiçaria.


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Tarantia – Capital de Aquilônia


Coração da mais poderosa nação hiboriana, Tarantia é uma metrópole movimentada, cercada por muralhas imponentes e repleta de riqueza. É o centro do poder de reis e senadores, onde se cruzam as estradas do comércio, da guerra e da diplomacia. Quando Conan ascende ao trono, é de Tarantia que ele governa com punho de aço e sabedoria bárbara.

É a cidade mais próxima de um império civilizado e ordenado.


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Shadizar – Joia Profana de Zamora


Talvez a mais decadente e sedutora cidade da era, Shadizar é famosa por seus prazeres noturnos, cultos secretos e traições mortais. Os telhados abrigam ladrões, as ruas escondem sinistros magos, e os palácios sussurram luxúria e perdição. Nada é proibido em Shadizar — apenas ser ingênuo.

Um labirinto de sombras, ouro e sangue.


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Luxur – A Capital Negra da Stygia


Majestosa e terrível, Luxur ergue-se às margens do rio Styx como um santuário da antiguidade. Governada por sacerdotes do deus-serpente Set, seus zigurates e templos guardam segredos arcanos de uma era anterior à humanidade. Necromancia, sacrifícios e arte obscura permeiam a cidade.

Aqui, o tempo é ancestral — e a morte, uma serva da fé.


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Belverus – Pilar da Fé em Nemédia


Centro intelectual e religioso do reino de Nemédia, Belverus é lar de grandes bibliotecas, templos de Mitra e disputas filosóficas. Sob sua aparência civilizada, no entanto, esconde-se uma cidade marcada por intrigas políticas, fanatismo e ambições eclesiásticas.

Onde o dogma e a razão duelam em silêncio.


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Aghrapur – A Jóia de Turan


Orgulhosa capital do Império de Turan, Aghrapur mescla luxo oriental, poderio militar e decadência sutil. Cúpulas douradas e jardins exuberantes contrastam com salões onde eunucos, cortesãos e generais disputam a atenção do trono. É uma cidade em expansão, voltada à conquista e à dominação do mundo hiboriano.

O esplendor e o veneno do Oriente sob um mesmo véu.


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Khauran e Khoraja – Cidades-Estado da Fronteira


Pequenas, mas notáveis, essas cidades situam-se entre os grandes impérios, servindo como tampões, refúgios e campos de batalha. Governadas por príncipes, sacerdotisas ou generais, são frequentemente cenário de contos dramáticos — como rebeliões, invasões e conspirações.

Símbolos da resistência, liberdade e instabilidade da fronteira.


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Pohiola – A Fortaleza de Hyperbórea


Envolta em névoas eternas e frio cortante, Pohiola é mais uma torre arcana do que uma cidade tradicional. Lar de feiticeiros pálidos e cultos esquecidos, sua existência é sussurrada com temor pelas tribos vizinhas.

Onde o gelo guarda segredos mais antigos que o aço.


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Paikang – O Silêncio do Oriente em Khitai


Paikang é a capital lendária do distante Khitai, tão envolta em mistério que sua própria realidade parece onírica. Rituais antigos, dinastias milenares e dragões simbólicos fazem parte de seu imaginário. Para os hiborianos ocidentais, Khitai é um mito, e Paikang, um sonho — ou um pesadelo.

Sabedoria ancestral e isolamento enigmático.


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Zamboula – A Cidade do Sul e das Sombras


Zamboula é um cruzamento cultural onde o deserto encontra as selvas. Habitada por povos diversos e marcada por tensões étnicas e religiosas, a cidade vibra com danças exóticas, mercados fervilhantes e cultos demoníacos. É famosa pelo conto “Os Devoradores de Zamboula”, onde o terror caminha à luz da lua.

O caos fervente de um caldeirão racial e religioso.


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Conclusão


As cidades hiborianas não são meros pontos no mapa — são espelhos de seus reinos, campos de batalha ideológicos e espirituais, e cenários perfeitos para histórias onde a espada e a feitiçaria caminham lado a lado. São decadentes, poderosas, sagradas ou amaldiçoadas. E acima de tudo, são vivas.

Cada uma delas convida o leitor — ou o aventureiro — a cruzar seus portões e enfrentar o que se esconde além das muralhas. Mas atenção: na Era Hiboriana, as cidades têm olhos. E nem sempre dormem.


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