Reino das Trevas

(por Fernando Neeser de Aragão)


O estrondo dos trompetes se fez mais forte, como uma profunda correnteza dourada, como o suave trovejar dos ventos noturnos sobre as torres de Tarantia. A multidão gritava, as mulheres jogavam flores do alto dos telhados, e o repicar rítmico dos cascos de prata ia se aproximando, até que o início do poderoso desfile apareceu à vista na larga avenida que rodeava o Palácio Real, com suas torres azuis e douradas.

Primeiro vinham os trombeteiros, jovens delgados vestidos de escarlate, montados a cavalo, fazendo soarem longas e delgadas trombetas douradas; em seguida, os arqueiros a pé, quase todos homens atarracados da Fronteira Ocidental; e atrás deles, avançavam os homens a pé: gunderlandeses pesadamente armados, com seus largos escudos repicando em uníssono, com as longas lanças e piques oscilando num ritmo perfeito, ao compasso de sua marcha. Atrás deles, apareceram os soldados mais poderosos da Aquilônia, os Dragões Negros, montados em esplêndidos cavalos. Montavam com expressão de orgulho e o olhar dirigido para a frente, mas bem conscientes de toda a gritaria que se precipitou à sua passagem. Eram como estátuas e, em nenhum momento, se pôde observar a menor oscilação na floresta de lanças que se elevava acima deles.

Atrás daquelas fileiras terríveis e orgulhosas, vieram os mercenários, guerreiros ferozes e de aspecto selvagem – homens de diversas nações, como os Dragões Negros. Iam armados com lanças e longas espadas, e formavam um grupo compacto que marchava um pouco à parte dos arqueiros. Seguia-lhes a leve infantaria da nação, e encerrava o desfile um novo grupo de trombeteiros.

Um espetáculo magnífico, capaz de causar um feroz estremecimento na alma do idoso Conan, rei da Aquilônia, agora com 68 anos, que não se encontrava sentado no trono, mas montado em seu grande cavalo, como um verdadeiro rei-guerreiro, ladeado pela esposa e filhos, também a cavalo. A rainha usava um lindo vestido vermelho com acabamento dourado, e seus filhos estavam encouraçados com armaduras do melhor feitio aquiloniano. O braço do cimério se elevava em resposta à saudação de seus homens, à medida que estes passavam diante dele. Seus ferozes olhos azuis contemplaram quase com indiferença aos alegres trombeteiros, pararam e seguiram por mais tempo os soldados, e relampejaram com um brilho feroz quando os Dragões Negros pararam diante dele, fazendo soar as armas e recuar os corcéis, para lhe apresentarem a saudação devida à Coroa. Os olhos de Conan se estreitaram ligeiramente ante a passagem dos mercenários, que não costumavam saudar ninguém. Marchavam com os ombros lançados para trás, e olharam Conan diretamente, com ousadia, ainda que também com certo apreço; eram olhos cruéis que não vacilavam; olhos selvagens que miravam por baixo de sobrancelhas e cabeleiras abundantes.

E Conan lhes devolveu um olhar semelhante, com um sorriso no rosto cicatrizado e bem-barbeado. Agradavam-lhe os homens valentes.

Os exércitos sumiram de vista, do outro lado do Palácio Real, resplandecente de gemas, e Conan fez girar o seu cavalo e dirigiu-se para a entrada principal do palácio, fazendo o animal avançar a passo lento, enquanto falava da vistoria das tropas com a família e os comandantes que cavalgavam a seu lado. Em sua forma de se expressar, não usava muitas palavras, mas dizia muito.

- O exército é como uma espada – disse Conan aos seus filhos e aos seus comandantes –, e não devemos permitir que enferruje.

O fato daqueles dois filhos do rei cimério com a rainha nemédia – assim como os filhos de Conan com suas mulheres de harém – terem crescido num ambiente civilizado, não os tornava fracos. Conan havia crescido e se adaptado o bastante, para conhecer os efeitos enfraquecedores e corruptores da civilização, e o idoso monarca bárbaro sabia como evitar que seus filhos caíssem nessa armadilha. Embora os filhos de Conan não fossem tão rudes, selvagens e vitais quanto o pai, eles eram grandes espadachins e arqueiros, graças ao treino que o pai dava a eles – tanto aos príncipes herdeiros, quanto a alguns dos filhos de suas concubinas. E, mesmo que não fossem treinados pelo pai, ambos seriam guerreiros quase tão bons quanto sem o treinamento de Conan – afinal, Prospero, Trocero, Pallantides, Amalric e outros aquilonianos da nobreza eram civilizados, mas não eram fracos, corruptos nem inábeis.

No caminho até o palácio, crianças se divertiam atirando pedras em crânios de bois, enquanto moças tocavam flautas.

O rei cimério chegou à sala do conselho, o palácio social onde respondia às frases formais e elogios das damas e cavalheiros, divertido ante tais frivolidades, ainda que se preocupasse em escondê-lo cuidadosamente. Logo, as damas e cavalheiros se despediram formalmente, Conan e sua família se reclinaram sobre os tronos e se dedicaram ao estudo das questões de estado, até que um auxiliar solicitou permissão para falar diante do grande rei e, após recebê-lo, anunciou a chegada de um dos arqueiros bossonianos, um homem de pouco mais de 40 anos, que queria tratar de um assunto urgente com o cimério.

Conan afastou seus pensamentos do complicado labirinto das questões do governo da Aquilônia, e contemplou o bossoniano. O homem lhe devolveu o olhar sem piscar sequer. Era um guerreiro de quadris ágeis e peito maciço, estatura mediana, estrutura forte e pele morena. Naqueles traços fortes e imóveis, se sobressaíam olhos impávidos e castanhos.

- Por Crom – disse finalmente o cimério –, você não me é estranho, homem.

- Sim, Majestade – respondeu o arqueiro. – Quando nos conhecemos, eu tinha apenas 16 anos e o senhor havia acabado de se tornar Rei da Aquilônia. Eu e meu amigo Hakon havíamos lhe trazido a cabeça de um xamã pré-picto do Pântano do Fantasma, bem como a cabeça do lorde Valerian... aquele traidor... e de seu aliado, o bruxo picto Teyanoga...

Conan abriu um largo sorriso e subitamente levantou-se do trono.

- Por Crom, há quanto tempo, Gault! – exclamou o monarca bárbaro, caminhando até o bossoniano, abraçando forte o arqueiro da fronteira e dispensando as formalidades. – O que lhe traz aqui?

- Liviana – respondeu Gault lacônica e pesarosamente.

- Quem é Liviana? – perguntou a Princesa Flavia, entrando na conversa.

- Liviana era uma jovem bossoniana de beleza estonteante, que tinha todos os homens da aldeia aos seus pés. Podia ter se casado com qualquer um, mas quem ela realmente amava era um jovem camponês. O pai da moça não ficou satisfeito e, contra a vontade dela, arranjou seu casamento com outro pretendente... um homem rico, que garantiria a estabilidade financeira da jovem e tinha uma posição social melhor.

“Pior do que se casar sem estar apaixonada, a moça descobriu que o noivo era um crápula. Ele a impedia de sair de casa, ciumento que era de sua beleza. Acabou cometendo suicídio por envenenamento. Para piorar, seu marido logo se casou rapidamente, e os pais e irmãos da jovem estavam preocupados demais com os negócios para fazer um funeral digno. O único a sofrer foi o camponês a quem ela amou em vida. As preces do rapaz pela alma dela – embora dirigidas a Mitra – tiveram o poder de transformá-la em vampira.

“Ressurgida das trevas, ela se tornou um demônio mortal, saído da cova para buscar vingança. Seu primeiro alvo, obviamente, foi o ex-marido. Liviana mordeu o coração do crápula e sugou-lhe o sangue com tanta vontade, que o canalha caiu ao chão como um cadáver mumificado. Suas vítimas seguintes foram os pais e irmãos.

“Então Liviana passou a fazer os homens se apaixonarem perdidamente e ficarem deslumbrados. Em troca, ela os enchia de inspiração e seus amantes eram capazes de criar grandes poemas, livros e canções, inebriados pelo poder da vampira.

“Essa criatividade tinha seu preço para quem caía nos braços de Liviana. Ela consumia aos poucos a vida de seus amantes e, em seguida, os deixava. Sem sua musa, os homens entravam em depressão, ficavam loucos e morriam, abalados pela perda da fada-vampira. Ela então recolhia o corpo dos ex-amantes e retirava todo o sangue, mantendo-o num grande caldeirão vermelho, o qual era sua fonte de beleza – nem o camponês que a amava escapou a isso.

“Por fim”, concluiu Gault, “Ela resolveu, sabe Mitra por que, invadir a capital da Aquilônia, no intuito de acabar com Vossa Majestade; e está a caminho de Tarantia, comandando criaturas repugnantes às quais, segundo contam, ela encontrou em cavernas das Terras Pictas a oeste da Ciméria. Vim alertar a vós quatro, porque lutei por ti, Majestade, quando eu era pouco mais que um menino, e sou e serei sempre leal a ti”, ele acrescentou, fazendo uma reverência a ele e a todos ali presentes.

Conan o olhou fixamente. Sua longa experiência como saqueador, ladrão, mercenário, pirata e finalmente rei o ensinara a perceber, pelo olhar, tom de voz e postura corporal, quando alguém mentia ou não para ele. E aquele aliado e amigo bossoniano estava sendo totalmente sincero.

- Se quiser partir agora, está dispensado, Gault – disse o rei com um sorriso amigo. – E muito obrigado pelo aviso.

- De nada, Majestade – respondeu Gault. – Partirei ainda hoje para a Fronteira, onde minha esposa e filhos me aguardam.

Após trocar um abraço e um aceno com o monarca cimério, o bossoniano se retirou daquele recinto.

* * *

Após uma longa tarde de petições e audiências, a Família Real se retirou para jantar. Depois da refeição noturna, Conan e Brion – os primeiros a saírem da sala de jantar – retornaram à sala do conselho, a qual, apesar de vazia, estava com a guarda bastante reforçada em sua porta (bem como em todos os lugares do Palácio Real).

Súbito, o cimério e seu filho ouviram exclamações e sibilos, misturados ao clangor do aço e a gritos de morte, na entrada da câmara onde se encontravam. O rei e o príncipe desembainharam suas espadas e correram até o local dos gritos. Lá chegando, já era tarde demais: depararam-se com vinte Dragões Negros mortos, esmagados e ensangüentados... e, erguendo o olhar, viram o horror sibilante que acabara com as vidas daqueles guerreiros de lealdade tão inquestionável quanto a do bossoniano Gault.

Pareciam-se mais com serpentes gigantes do que com homens. Sessenta e cinco mil anos de retrocesso haviam tornado ainda mais horrenda uma raça que já era horrenda a princípio. Após o Grande Cataclismo, os homens-serpente – pelo menos os das Terras Pictas a oeste da Ciméria, de onde Liviana trouxera vinte deles – haviam vivido escondidos em cavernas subterrâneas sob as selvas e perdido toda a aparência humana, vivendo a vida do réptil. Aquelas dezessete coisas gigantescas – três haviam sido mortas, a um altíssimo custo, pelos Dragões Negros – tinham pernas abortadas e braços tortuosos com garras em gancho, mas rastejavam sobre seus ventres, retorcendo seus lábios para desnudar dentes afiados, que pareciam pingar veneno. Sibilavam ao levantarem suas cabeças em pescoços horrorosamente longos, enquanto seus olhos terríveis os fitavam venenosamente, brilhando com todo o horror produzido nos negros túneis sob a terra. Mandíbulas pavorosas se abriram diante deles; um odor fétido e nauseabundo impregnou a atmosfera: o odor da serpente.

Mas Conan se encontrava agora em sua pessoa. Eram inimigos cruéis, mas isso lhe importava muito pouco; também eram seres vivos, em suas veias corria sangue que podia ser derramado e morreram um após outro, quando sua grande espada, de mais de um metro e meio de lâmina, lhes arrancou as cabeças de um só corte ou lhes atravessou os corpos. Atacava, recuava e dava uma estocada após outra. No entanto, Conan teria morrido irremediavelmente, se não fosse o jovem filho que lutava a seu lado, e que tampouco deixava de se esquivar e atacar.

O rei se deixou levar por seu afã de luta, combatendo segundo o terrível estilo cimério, que sempre parte para o ataque ao invés de se manter na defensiva: movia-se numa velocidade estonteante para evitar os ataques dos anéis esmagadores e as mordidas das presas, mantendo-se firme e lançando-se para todos os lados, sem outra idéia em sua mente enlouquecida que não fosse a de atacar. Não era freqüente Conan esquecer sua habilidade de luta em sua fúria primitiva, mas agora parecia que um elo havia se quebrado em sua alma, para encher sua mente com um afã incontido de matar e derramar sangue. Desembaraçava-se de um inimigo a cada estocada que dava, mas aqueles seres lhe cercavam, bem superiores em número, e Brion teve que deter uma e outra vez ataques e botes que quase alcançavam seus objetivos. Permanecia junto ao pai, esquivando e atacando com uma fria habilidade, sem fazer tantos estragos quanto os causados pelos golpes e arremetidas de Conan, mas sem por isso deixar de ser efetivo com seus golpes e investidas por baixo.

Conan lançou uma gargalhada de loucura. Os horríveis monstros se agitavam a seu redor como uma mancha confusa e escarlate. Sentiu um deles tentar atacá-lo, com aquelas presas gotejantes piores que as de Satha, e ergueu a espada, traçando um arco relampejante, que abriu uma enorme brecha na mandíbula e crânio de mais um dos seus inimigos. Logo, a bela princesa Flavia, de 22 anos, entrou naquela sala e, com agilidade superior à de um aquiloniano comum – embora inferior à do pai –, abriu os crânios de mais duas criaturas rastejantes. Então, Zenóbia apareceu e, com duas flechas certeiras – também nas cabeças das monstruosidades –, eliminou os inimigos remanescentes. Logo, as brumas vermelhas da fúria se dissiparam, e então Conan se deu conta que ele, a rainha e os príncipes estavam sós, sobre uma pilha de horripilantes corpos imóveis, espalhados pelo chão.

- Por Mitra! Que matança! – exclamou Brion, limpando o sangue dos olhos. – Se fossem criaturas racionais, que soubessem usar o aço, teríamos morrido aqui. Mas estes monstros não sabem nada da arte de manejar a espada, e morrem mais facilmente que qualquer homem que eu tenha precisado matar. Entretanto, se tivessem sido alguns mais, creio que as coisas terminariam de outra maneira.

Conan assentiu com um gesto, enquanto agradecia aos filhos e esposa pela grande ajuda. A selvagem possessão que o dominara já havia passado, deixando-lhe uma confusa sensação de grande fadiga e, como sempre, uma louca vontade de beber vinho – pois matar era uma tarefa que dava sede. O sangue brotava dos ferimentos recebidos no peito, ombros, braços e pernas. O próprio Brion sangrava, devido a vários ferimentos superficiais, e o olhou com uma expressão preocupada.

- Mamãe; Flavia: vamos cuidar dos ferimentos de papai.

Conan o afastou para um lado, com um movimento instintivo de seu poderoso braço.

- Não... vamos nos ocupar disto, depois que eu beber uma boa garrafa de vinho. Mas vá você cuidar de seus ferimentos... Eu lhe ordeno.

O príncipe pôs-se a rir, com expressão inexorável.

- Suas feridas são piores, pai... – ele começou a dizer, e então parou repentinamente, ao avistar uma forma linda, porém maligna.

Aquela forma irrompeu impetuosamente no recinto. Era uma linda jovem alta, de cabelos negros, pele morena e olhos cinzentos que irradiavam maldade. Quando ela abriu os lábios sorridentes, mostrou caninos afiados. Era Liviana! As quatro pessoas ali presentes ficaram com suas armas de prontidão. Mas antes que a rainha pudesse disparar uma de suas flechas, a bela moça foi envolvida num turbilhão de vento e escombros. As serpentes gigantescas foram todas transformadas em cinzas fumegantes por raios de fogo, vindos não se sabia de onde, e os ossos, músculos, pele e cabelos de Liviana se entrelaçaram e retorceram, reconstruindo uma figura humana!

Agora com quatro metros e meio de altura, sua pele se estirava e partia. Ondas de calor irradiavam dela, como se ela houvesse se derretido por dentro. Sua nova boca se torceu num guincho uivante e inumano. Ela começou a caminhar e parou.

A criatura olhou ao redor, como se estivesse curiosa, e então percebeu a presença de Conan, Zenóbia, Brion e Flavia. Ela então se curvou para encarar os olhos do velho Rei da Aquilônia.

Então, um rosto ainda mais demoníaco apareceu no lugar daquele que havia substituído o de Liviana. Mas os pensamentos horrorizados do monarca cimério foram interrompidos por uma flecha atirada pela rainha – flecha esta que teria matado uma pessoa comum, mas que se quebrou e queimou no corpo incandescente da monstruosidade.

Então, a criatura se voltou, com intenções assassinas, para Zenóbia, mas a um sinal do Rei Conan, ele, a esposa e os dois filhos se espalharam, cada um para um canto daquele salão; mas não sem antes o cimério acertar uma machadada nas costas daquele ser diabólico.

- Golpeie quem a possuiu, e libertarás Liviana, Conan! – disse uma voz familiar, que ecoou por toda a câmara.

Sem pensar duas vezes – nem se preocupar em saber quem falou aquela frase –, o rei bárbaro avançou e golpeou o rosto daquela coisa com a espada. Ela lançou um último grito estridente, as chamas em seu corpo foram desaparecendo, sua estatura foi diminuindo e ela voltou à forma humana, e agora inconsciente e intacta, da bela bossoniana – desta vez, não mais possuída nem amaldiçoada.

Os quatro membros da Família Real da Aquilônia, ali presentes, logo voltaram os olhos para a entrada daquele recinto, onde avistaram a pessoa que alertara Conan. Era uma anciã magra e agora cega, porém ainda alta e ereta, caminhando a passos firmes câmara adentro, apesar da bengala com a qual tateava o chão.

- Por Crom! – sorriu o rei bárbaro. – Zelata! Muito obrigado por salvar minha vida mais uma vez... Dessa vez, as nossas!

Ela sorriu diante do tom alegre e amigável do cimério, e disse:

- Fiz apenas a vontade dos deuses, Conan, como das outras vezes. Agora voltarei novamente ao silêncio das ravinas, onde nos conhecemos há mais de 20 anos. – E deu as costas para a Família Real, indo embora daquele recinto

Súbito, os demais Dragões Negros e a nobreza finalmente irromperam no salão, fazendo, como sempre, muito barulho e perguntas incômodas.

- Levem a moça para receber cuidados médicos – ordenou Conan laconicamente.

- Mas, Majestade; ela... – começou a dizer o agora ancião Publius.

- Faça o que mandei, conselheiro! – respondeu o cimério rispidamente. – E traga vinho para mim!

- Se me permite, pai – disse Brion, com um brilho de ternura e paixão nos olhos verdes –, ajudarei a cuidarem dela. – E ergueu carinhosamente a linda bossoniana nos braços musculosos.

Percebendo a chama inequívoca no olhar do filho, o velho rei sorriu e assentiu com a cabeça. Uma vez livre da maldição, aquela bela jovem não representava nenhum perigo, e não precisava de nenhum poder para fazer um homem se apaixonar por ela.


FIM



Agradecimento especial: Ao howardmaníaco e amigo Deuce Richardson, dos EUA.




A Seguir: A Última Batalha.



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