em 07/10/2004
Conan - o Bárbaro # 6
Títulos: A Queda Divina/O Sangue de Bel-Hissar
Preço: R$ 3,90
Capa: Hermes
Data de lançamento: Agosto de 2002
Sinopses:
A Queda Divina, de Dan Abnett, Joe Bennett & Tom Palmer
A conclusão da incursão de Conan às florestas pictas.
Conan, além de guerreiro e ferreiro, agora descobriu uma nova profissão: madeireiro.
A história se resume no esforço sobre-humano (um exagero) de Conan e seus homens em derrubar a Árvore Sagrada dos pictos.
No fim, como não poderia ser diferente, Conan escapa com vida, tornando-se uma anátema ainda maior para os simiescos guerreiros pictos.
O Sangue de Bel-Hissar, de Thomas, Buscema & Ernie Chua (Chan)
Dirigindo-se para o sul, após a derrocada de Makkalet, Conan esbarra com um casal muito estranho.
Perseguidos por soldados turanianos, o trio adentra a fortaleza proscrita de Bab-El-Shaitan, onde bandidos e assassinos, de toda espécie e raça, reúnem-se para formular planos próprios de bandidos e assassinos.
O corpulento líder dos bandidos possui uma jóia amaldiçoada que o mantém no poder em Bab-El-Shaitan. No entanto, para malogro seu, o rumo dos acontecimentos muda com a chegada do trio de forasteiros, e a cidadela maldita acaba inundada em sangue.
Traições, ardis e violência são o combustível dessa envolvente trama vivida pelo Gigante de Bronze.
Positivo/Negativo:
Esta edição manteve o nível da anterior, ou seja, uma história boa e outra ruim; capa e impressão boas e a insistência nos erros gramaticais (o letrista engoliu algumas letras).
Sobre a capa uma observação: os créditos foram para o Jubran e não para o Hermes, que assinou a arte (excelente, por sinal).
Mas esses deslizes não importam muito pois as virtudes da editora são muitas. Um exemplo é a notícia de que, finalmente, teremos as histórias das tiras de jornal publicadas na próxima edição. O que é, realmente, uma grande conquista. Outro ponto a favor da editora é a seção de cartas, bastante ampla e elucidativa.
Analisemos, agora, o conteúdo das histórias:
A Queda Divina: Abnett, o argumentista, na minha opinião, está pior que antes. Não inovou em nada e deu um final pífio para a história. Os exageros - coisa típica dos americanos - foram muitos, inclusive na arte de Benett.
Nem Tom Palmer (arte-final) conseguiu dar jeito na coisa. Mas, tudo bem, nós já vimos (e lemos) coisa pior...
O Sangue de Bel-Hissar: Adaptada de um conto de Howard, essa história vem provar o por quê do sucesso de Conan na década de 70.
Roy Thomas, que foi um dos mais talentosos argumentistas daquela época, não poupava esforços para manter a qualidade de suas histórias; e John Buscema (que Crom o tenha), com seu lápis mágico, estava em seu auge absoluto, acompanhado pelo nanquim de traço duro do então Ernie Chua (que viria a se tornar Ernie Chan - que Crom o tenha, também).
Essa receita de argumento e arte jamais poderá ser copiada. Nem o próprio Thomas conseguiu voltar a ser o mesmo, quando de seu retorno às páginas hiborianas (1991), apesar de sua qualidade, e carisma, ter sido mantida.
Perdoem-me se pareço nostálgico, mas é muito difícil evitar comparações com as histórias antigas de Conan e as mais recentes, porque as antigas sempre vencem.
Essa é a desvantagem dos fãs de Conan. Ao contrário dos heróis da Marvel, que se mantêm num patamar mais ou menos nivelado, Conan teve um início muito bom, mudou para excelente, decaiu, levantou-se e, infelizmente, foi à lona. Uma pena. Mas ainda resta esperança...
Cabe aqui uma observação a respeito da revista Conan, o Bárbaro nas bancas de jornais: tenho reparado que a revista do Cimério nunca está estampada nas bancas; sempre a vejo por trás de algum outro título.
Tenho recebido mensagens de leitores que ainda não sabiam que Conan tem uma nova revista. E como poderiam, se as revistas ficam escondidas?
Se a Editora Mythos pretende ampliar suas vendas do título hiboriano, é bom que ela oriente seu distribuidor de modo que incentive os donos de bancas a dar espaço visível à revista do Bárbaro.
Afinal, ainda existem fãs que pensam que Conan não é mais publicado no Brasil.