em 07/10/2004
Conan - o Bárbaro # 5
Editora: Mythos
Títulos: O Momento do Grifo/Matando Deus
Capa: Alexandre Jubran
Preço: R$ 3,90
Data de lançamento: Julho de 2002
Sinopses:
O Momento do Grifo, por Roy Thomas & John Buscema
Após matar Kharam-Akkad, Conan, o Cimério, é obrigado a enfrentar os soldados turanianos - que finalmente tomam Makkalet - para salvar a vida da Rainha Melissandra. Conan acaba descobrindo, em sua fuga pelo palácio, que o deus-vivo Tarim não era exatamente o que ele pensava de um deus. Mas, como todo deus que vive na terra, o Tarim também é suscetível às fragilidades terrenas. Ainda durante a fuga, o Bárbaro descobre um outro horror que guarda os labirintos subterrâneos de Makkalet, até que, finalmente, consegue lançar-se sobre um cavalo e partir para o sul.
Matando Deus, de Dan Abnett & Joe Bennett
Adentrando as florestas pictas no comando de um destacamento zíngaro (pelo menos foi o que deu pra entender), na intenção de extrair madeira, Conan acaba perdendo quase todos os seus homens durante uma escaramuça picta. Para escapar da morte, o Cimério se atira no Rio Negro e por pouco não se afoga, arrastado que foi pelas correntezas impiedosas do Negro. Um batedor de seu destacamento acaba salvando-o da morte certa retirando-o do rio. Como o Cimério não leva desaforo para casa, ele junta os homens que sobraram e parte em busca de vingança. O objetivo: derrubar uma certa árvore, que é sagrada para o pictos.
Continua...
Positivo/Negativo:
A edição tem em seu início a continuação e conclusão da magnífica saga do Cerco de Makkalet e, logo em seguida, uma história inédita com arte de Joe Bennett, um dos brasileiros que fazem sucesso nos EUA.
A capa de Alexandre Jubran está bem melhor que a última, apesar de o desenho ter sido feito sobre a arte de outro desenhista (que não consegui identificar). Mas isto não importa, a verdade é que o Jubran está dando conta do recado. Achei seu estilo, na capa atual, bastante parecido com o de Joe Jusko, uma fera do pincel que já ilustrou inúmeras capas de Conan.
A qualidade gráfica variou um pouco. A primeira história está excelente, proporcionando uma boa definição de fundos e personagens. A segunda, por ser uma história com cores atuais (no original) está muito confusa nos tons de cinza; o que dificulta o entendimento da ação.
É estranho que os erros gramaticais (leia-se digitação) ainda estejam ocorrendo nos textos dos quadrinhos. Este assunto já foi até comentado pelo próprio editor da revista, em editorial recente, onde ele prometia que tais erros não iriam ocorrer novamente. Bom, aguardemos um pouco mais...
Ah, só para constar, o desenho publicado na Galeria Hiboriana é de Rafael Kayanan.
Agora passemos à análise das histórias:
O Momento do Grifo: Depois de longos dois meses finalmente a dupla mágica Thomas & Buscema retorna às páginas hiborianas. E desta vez para a conclusão da grandiosa saga de Makkalet, que introduziu personagens marcantes na carreira do Cimério, como Sonja e Yezdigerd.
O cerco a Makkalet durou, aproximadamente, três meses (na contagem hiboriana) e envolveu o uso da maior armada a cruzar águas nos dias de Conan. Turan, em sua sede de conquistas - e impulsionada pela gana impulsiva de Yezdigerd, o príncipe turaniano - iniciou um ciclo de campanhas beligerantes nos sentidos leste-oeste-sul, e Makkalet foi apenas a primeira a cair. Embora tenha sido esta uma guerra santa, já que os turanianos tiveram seu deus-vivo, Tarim, seqüestrado pelos makkaletanos. De qualquer forma, Conan ainda demoraria meses para finalmente se livrar, de uma vez por todas, das terras turanianas.
Matando Deus: Eis uma história que poderia até ser boa, não fosse alguns pequenos detalhes: a ação é descontinuada e confusa, repleta de 'um dia antes' e termos do gênero. Dan Abnett até que tem estilo, mas como a maioria dos argumentistas de Conan, ele parece entender pouco da era, dos povos e da geografia hiborianas. A arte de Joe Bennet até que não está ruim, mas o Conan está parecendo mais o 'Gambit, dos X-Men' do que um bárbaro da Ciméria, e aquele rabo-de-cavalo ficou ridículo. Entretanto, mais uma vez, devemos levar em conta o fato de a história original ter sido feita para receber cores, e que a arte sofre modificações no processo de digitalização e impressão em preto e branco (tons de cinza). Mesmo assim, é muito bom vermos Conan desenhado por um brasileiro (profissionalmente falando), pois sabemos que temos muitos talentos por aqui, bem melhores do que muitos americanos e latinos que vemos por aí.