Era Hiboriana: As Grandes Nações Hiborianas

por Cronistas
em 07/10/2004

Compilado de escritos deixados por
Robert E. Howard


De acordo com o escritor americano,
Robert Ervin Howard, cerca de 12.000 anos atrás, houve um glorioso período na
pré-história da Terra entre a submersão da lendária Atlântida e a história
conhecida no tempo dos egípcios e mesopotâmicos.


Essa era ele chamou de Hiboriana, cujas
maiores potências eram os reinos de Aquilônia, Nemédia e Turan, existindo onde
hoje se encontram a França, Alemanha e União Soviética.


As indicações abaixo foram extraídas de
"A Era Hiboriana de A a Z", publicada em A Espada Selvagem de Conan em Cores 2,
de Dezembro de 1987.


Aesgaard


- a nação dos aesires situa-se a leste
de Vanaheim e das Montanhas Azuis, a oeste de Hiperbórea e do suposto Rio do
Gelo da Morte, e ao norte da Ciméria e dos Montes Eiglophianos. Aesgaard e
Vanaheim, juntas, compreendiam a região conhecida como Nordheim, provavelmente a
mesma pertencente ao misterioso povo thule do pré-cataclismo. Os aesires que
habitavam esse terreno acidentado eram numerosos e bravos. Quase tão
sanguinários quanto seus vizinhos, os vanires, eles se destacavam nas guerras,
usando seus famosos elmos de chifres e brandindo enormes machados de guerra.
Parece ter havido uma aliança agressiva entre Aesgaard e a Ciméria, já que o
jovem Conan passou um longo tempo com os aesires, saqueando Vanaheim e
Hiperbórea. Aesgaard foi uma das poucas nações que não se submeteu às guerras da
Era Hiboriana posterior. Seu povo foi, definitivamente, expulso de sua região
pelas grandes glaciações. Com o fim da Era Glacial, os picos de Aesgaard
formaram a Península Escandinava.



Aquilônia


- a Aquilônia era o mais poderoso reino
hiboriano. Suas fronteiras eram sempre bem vigiadas, pois tinham as terras do
pictos ao Noroeste; a Ciméria, ao Norte; a Nemédia, ao Leste; Ophir, no Sudeste;
Argos, no Sul; e Zíngara, no Sudoeste.



Britúnia


- um reino desarticulado (talvez fosse
mais conveniente chamá-lo de confederação), formado por cidades-estado,
localizado a leste da Nemédia, ao sul da Hiperbórea e do Reino da Fronteira, e
ao norte de Corínthia e Zamora. Supõe-se que sua fronteira nemédia fosse um rio
com cabeceira no norte. Outro rio, o Glacial, vertia para leste, ao longo do
lado brituniano das Montanhas Graaskal. E assim está constituída a fronteira
setentrional. As terras altas a nordeste eram entrecortadas por numerosas
passagens, através das quais penetraram invasores hyrkanianos durante os anos
que sucederam a Era de Conan. O interior da Britúnia era uma terra de planícies
(pradarias) férteis, com subcamadas úmidas, entremeadas de densas florestas de
coníferas habitadas por lobos. É provável que, em sua origem, Britúnia fosse uma
região agrícola, estando sua aristocracia firmada na posse da terra. A etnogenia
brituniana é complexa. Dizem que o povo é uma miscigenação de refugiados da
Hiperbórea anterior e da antiga Acheron com os posteriores invasores hiborianos
e zamorianos. É dessa intensa miscigenação racial que se explica a configuração
das mulheres britunianas, tidas como loiras, sagazes, de grande beleza, e, por
isso, muito visadas por comerciantes de escravos.



Ciméria


- nação de tribos bárbaras situada ao
norte da Aquilônia e separada dela pelos Pântanos Bossonianos e por
Gunderlândia. Os Sertões Pictos estão a oeste da Ciméria, e, ao norte, seu
acesso para Vanaheim e Aesgaard está bloqueado pelos Montes Eiglophianos. Terra
natal de Conan, a Ciméria era uma região perenemente sombria, com "todas as
colinas, recobertas de bosques negros, sob céus quase sempre cinzentos, e
açoitadas pelo lamento de ventos que inundavam seus vales". O povo tinha
descendência direta dos atlantes desaparecidos. Eram altos e fortes, com cabelos
negros e olhos azuis ou acinzentados. Está registrado que as tribos cimérias já
existiam na época da Atlântida, e que seus membros se casaram com colonos
atlantes do Continente Thuriano antes do cataclismo. Cimérios contemporâneos a
Conan encontravam, ainda, no estágio da caça e coleta, vivendo em aldeias
mergulhadas no interior de florestas úmidas. O povo usava armas de ferro, e
emprestava do sul outro metais de culturas mais elevadas. O principal deus dos
cimérios era Crom, que pouco se interessava pelas questões humanas. Conan foi um
cimério ousado, um dos poucos que se aventurou a deixar as terras encharcadas,
e, segundo a saga, nenhum outro membro de sua raça viveu entre as nações
avançadas. Quinhentos anos após a Era de Conan, os cimérios ainda se encontravam
isolados em sua antiga terra, e lá permaneceram, mesmo quando as ondas invasoras
hyrkanianas contra os reinos hiborianos não conseguiram subjugar os ferozes
defensores das planícies cimérias. Somente a grande avalanche de Nordheim,
decorrente das glaciações, terminou deslocando os bárbaros de cabelos negros
para o leste, rumo aos litorais sudoestes do Vilayet.



Corínthia


- um dos menores reinos hiborianos (ou,
talvez, confederação) formado pela aliança de cidades-estados independentes.
Predominantemente montanhosa, está localizada ao sul da Britúnia e da Nemédia, a
oeste de Zamora, a leste de Ophir, e ao norte de Koth. A Estrada dos Reis, a
maior rota de comércio da época, recortava Corínthia ao meio. Ao que parece,
essa cidade possuía uma identidade com o florescimento de Acheron, à qual se
submeteu, pois só mais tarde conquistou sua independência com a queda do antigo
império para os hiborianos. Por um certo período, durante os três mil anos que
se seguiram, ela viveu sob a hegemonia dos hiborianos. Sua economia foi tanto
agrícola como pecuária, havendo alguma manufatura especializada nas
cidades-estado.



Hirkânia


- uma vasta extensão de solo, desde
semi-úmido até semi-árido, recoberto por pradarias, estepes, desertos, florestas
de taiga e tundra a leste do Mar Vilayet. Nos tempos de Conan, possuía várias
cidades-estado sob o controle mais ou menos firme do Império Turaniano. Regiões
autônomas situavam-se ao longo da costa nordeste do Mar Vilayet, com súditos
turanianos ao longo da costa sudeste e da rota de caravanas a leste.



Hiperbórea


- um dos mais antigos reinos da Era
Hiboriana, a Hiperbórea era semicivilizada, sendo de longe a mais avançada dos
reinos nórdicos. Foi um dos primeiros reinos a construir fortalezas de pedra.
Suas fronteiras são Aesgaard e Ciméria, ao Oeste; o Reino da Fronteira, ao
Sudoeste; a Britúnia, ao sul; e os desertos turanianos, ao leste. Os hiperbóreos
são antigos inimigos dos cimérios e aesires.



Keshan


- reino bárbaro situado ao sul da
Stygia, a oeste de Darfar e a leste de Punt, recoberto em sua maior parte por
florestas pluviais. Era inimiga hereditária de Punt e resistiu a diversos
ataques de escravistas de Shem e Stygia. A população negróide era governada por
uma raça de compleição mais clara, que alegava descendência do povo mítico de
Akmenon. Sua capital, Keshia, era constituída de um palácio real feito de barro,
pedra e bambu, cercado por uma muralha também de barro em torno da qual se
dispunham cabanas de sapé.



Khitai


- importante reino do leste distante,
protegido de invasões do oeste pela Grande Muralha. Compreendia diversas
cidades-estado ao norte, sendo Paikang a maior delas. Seu povo era chamado de
khitaiano. Este reino estendeu sua hegemonia por uma vasta área do leste - das
florestas de taiga ao norte até as bordas da selva de Kambujan. Sua influência
era mais fraca além do reino-satélite de Kasan, mas ela reclamava todas as
terras a leste das Montanhas da Noite (Conan ajudou a destronar o feiticeiro
tirano que tomara o poder de Kasan). A economia de Khitai era muito
diversificada. As cidades-estado eram centros de manufatura e comércio, e vários
objetos de arte sofisticados foram produzidos por seus artífices. A produção de
alimentos era abundante em pequenas fazendas e ranchos. As minas produziam ouro,
prata, outros metais e pedras preciosas. O comércio de seda, drogas raras e
parafernália mágica era difundido com o ocidente. O povo de Khitai era muito
antigo - seu florescimento remonta, provavelmente, ao período pré-cataclísmico.
Após o cataclismo, refugiados lemurianos adentraram Khitai e foram imediatamente
escravizados. Depois, os lemurianos se rebelaram e destruíram a antiga
civilização khitaiana antes de migrarem para o oeste.



Koth


- Koth era um reino hiboriano situado
ao sul de Ophir, Corínthia e Zamora, ao norte de Shem e Argos, fazendo
fronteira, a leste, com Khauran e Khorajá. Decifrar a topografia de Koth é um
exercício de genialidade geográfica, pois grande parte de sua topografia
ocidental não está descrita na saga, apesar desta região estar praticamente no
centro de todas as nações hiborianas. Shem era basicamente uma terra de nômades
guerreiros. Suas cidades estavam sempre em guerra umas com as outras e seus
soberanos eram sempre parentes, que matavam uns aos outros pelo poder. Suas
fronteiras eram Argos, ao Oeste; Koth, ao Norte; Khorajá, ao nordeste; os
desertos de Zamboula, ao Oeste; e a Stygia, ao Sul.



Kush


- o mais setentrional dos reinos negros
situado a sudoeste da Stygia. As vilas kushitas se fixaram ao longo do litoral
do Mar do Oeste até uma barreira de densa floresta. Para o interior estendiam-se
as savanas, que eram interrompidas pelas colinas a leste. Depois delas, havia o
Deserto Meridional, que pertencia ao reino apenas nominalmente, cuja capital era
Meroê. Com o nome de Kush estava abrangida a totalidade meridional do mundo
hiboriano. Os piratas barachos foram os primeiros nortistas a pilhar e comerciar
com Kush. Mais tarde, Argos e Zíngara iniciaram próspero tráfico de ouro,
marfim, prata, cobre, pérolas e escravos. Kush importava miçangas, sedas, açúcar
e espadas com cabo de bronze. O reino era governado por uma casta de pele
marrom, meio estígia, que menosprezava as classes negras mais baixas.




Nemédia


- sua capital, Belverus, foi antes
local de uma fortaleza. A Nemédia está localizada exatamente no centro dos
reinos hiborianos, fazendo fronteira com a Aquilônia, ao Oeste; o Reino da
Fronteira, ao Norte; a Britúnia, ao Leste; e Corínthia e Ophir, ao Sul.



Ophir


- era um pequeno reino muito rico em
ouro. Fazia fronteira com a Aquilônia, ao Oeste; a Nemédia, ao Norte; a
Corínthia; ao Leste; e Argos e Koth, ao sul.



Stygia


- reino meridional com costa para o Mar
do Oeste, tinha como fronteiras, ao norte e a leste, o Rio Styx e, ao sul, os
reinos de Kush, Darfar e Keshan. A Stygia era a Terra do Mal, onde o culto ao
deus-serpente Set era o único aceitado e sempre controlado com mãos de ferro por
sacerdotes e magos demoníacos.



Turan


- um dos reinos mais ricos a oeste de
Khitai, com exceção, talvez, apenas de Vendhia. Possuía vários prtos ao longo da
margem ocidental do Vilayet e era senhor do mar interno. Sua capital, Aghrapur,
possuía enorme e portentoso palácio. Após o reinado de Conan, os hirkanianos de
Turan aproveitaram-se da desintegração do império aquiloniano para dominar
Zamora, Hiperbórea, Britúnia e Corínthia. Ao sul, eles confrontaram os invasores
pictos em Ophir, subjugaram completamente Shem e devastaram a Stygia. Sua
hegemonia quase total sobre o continente hiboriano mal se consolidara quando
eles marcharam para a região das amazonas e tiveram que recuar para o norte,
suspendendo seu avanço devido a uma série de guerras contra os pictos. Então
vieram as glaciações, e Turan cambaleou ante levas de bárbaros do norte e
cimérios que puseram fim a um dos maiores impérios do mundo antigo.



Zamora


- reino do leste fundado pelo antigo
povo dos Zhemri, vários milênios antes da Era de Conan. (O homem-elefante,
Yag-kosha, disse que a raça zamora era pré cataclísmica.) A nação localizava-se
a sudoeste da Hiperbórea, a leste da Britúnia e Corínthia, ao norte de Koth e a
oeste da estepe turaniana. Em sua fronteira oriental encontravam-se os Montes
Kezakianos, além dos quais estavam os pântanos nominalmente pertencentes a
Zamora, mas que, aos poucos, passou para as mãos de Turan. Outras montanhas
elevavam-se em suas fronteiras meridionais e ocidentais, cujas passagens eram
bloqueadas com as chuvas da primavera. A capital de Zamora, Shadizar, situava-se
na Estrada dos Reis, principal rota de comércio do mundo hiboriano. Zamora era
um reino antigo e peculiar. Nos tempos em que Conan era jovem, lá imperava um
despotismo absoluto, sendo o rei dominado por um feiticeiro. A fé
centralizava-se em Yezud no culto ao deus-aranha. Zamora foi fundada pelos
Zhemris, aproximadamente na mesma época em que a Hiperbórea anterior foi tomada
pelos Aesires. Nos primeiros tempos, os hyrkanianos caçavam escravos em Zamora,
embora nunca conseguissem abalar o governo. Após a Era de Conan, Turan
conquistou Zamora. Depois, o império turaniano expulsou hyrkanianos, assumiu o
controle e passou a exigir grandes tributos da cidade. Após a derrocada da
Aquilônia, os hyrkanianos tomaram Zamora novamente. Desta feita, consolidando
sua conquista, fixaram os refugiados zíngaros como elementos anti-separatistas
entre o povo do deus-aranha.



Zíngara


- outro importante reino hiboriano,
responsável por grande parte do comércio marítimo hiboriano. Fazia fronteira com
a terra dos pictos, ao Norte; a Aquilônia, no Nordeste; Argos, no Sudeste; e o
Mar do Oeste, no Sudoeste.

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