Resenhas: Conan, o Cim�rio # 8

por Osvaldo Magalhães
em 07/03/2005

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Título: CONAN, O CIMÉRIO # 8 (Mythos Editora) - Edição Mensal

Autores: Nascido no Campo de Batalha - Kurt Busiek & Greg Ruth (arte)

Preço: R$ 4,50

Número de Páginas: 28

Data de Lançamento: Novembro de 2004

Sinopse: Um bando de invasores vanires trava um combate encarniçado próximo a uma aldeia na Ciméria com os ferozes defensores nativos.

Durante a pugna uma jovem mulher grávida dá à luz um menino robusto de nome Conan.

Pelos próximos cinco invernos o pequeno Conan foi crescendo e se destacando entre seus pares na aldeia, mas tal distinção o leva a um atrito com outro imberbe cimério.

É nesse ponto que ele prova porque nasceu em um campo de batalha.

Comentários: Greg Ruth é o nome do artista desta célebre edição de Conan, o Cimério. Greg, aliás, é autor de The Return of the Prodigal Son, além de ter participado da série dois dos quadrinhos de Matrix.

Sua arte é impactante desde a capa até o último quadro da aventura, e impressiona por sua força e violência. Ruth é simplesmente rústico, mostrando crianças como crianças, mas também nos impressiona com aquele calor frio dos olhos de Conan.

Seus melhores momentos estão nas cenas em que Conan é atacado por Donal pela primeira vez e é defendido por seus amigos, e aquelas cenas finais em que Conan se afasta após ter ferido Donal com uma espada.

A energia que põe em cada painel, o drama da situação, a claridade da razão quando não há realmente alguma razão entre os interlocutores infantis, e as incertezas desses últimos em relação aos adultos, é algo de incomum em sua arte, isso é marcante e percebe-se claramente ao observar-se seus traços. Ruth consegue impor profundamente em Conan um sentimento de força e capacidade enquanto ele cresce e luta com seus rivais, tornando-o a cabeça mais elevada na vila, não somente por sua estatura em relação aos outros, mas porque Conan mostra-se melhor em tudo que faz, quando comparado com seus companheiros de infância. Tal qualidade na arte de Ruth independe do argumento de Kurt Busiek.

Greg não é o tipo de desenhista em série que estamos acostumados a ver, já que sua arte é pouco ortodoxa. Mas mostrou ser um excelente ilustrador de histórias em quadrinhos esporádicas, como é o caso de Nascido no Campo de Batalha; tal história jamais foi contada em trinta e cinco anos de Conan nos quadrinhos, ou seja, seu nascimento e seu crescimento naquela aldeia rígida na Ciméria.

A história do nascimento de Conan é, no mínimo, chocante, porque uma guerra entre cimérios e vanires conduz uma mulher grávida a envolver-se numa batalha, empunhando uma lança e estripando um guerreiro inimigo para salvar a vida do próprio marido. Tal esforço acarretou em uma indução no parto, fazendo com que seu filho nascesse naquele campo de batalha. O que leva a um paradoxo: se Fialla não tivesse salvado o marido e Conan não nascesse antes da hora, em um campo de batalha, teria ele se tornado uma lenda em sua própria era?

É essa questão que Kurt Busiek nos impõe em seu argumento. Nascer em um campo de batalha se tornou um estigma para Conan menino, algo como que um mote que ele teria de seguir pelo resto da vida.

O argumento de Busiek está surpreendente. Nem tanto por seu contexto, porque não foge a seu próprio estilo, mas pela originalidade e pelo fiel seguimento à memória de Robert Howard, o criador de Conan.

Busiek não quis seguir, de forma peremptória e até mesmo sistemática, o espólio da Marvel e de alguns escritores, no que se refere aos nomes dos pais de Conan, por exemplo.

O pai de Conan, que segundo Roy Thomas e a Marvel, se chamava Corin (ou Nial, conforme L. Sprague De Camp), passou a se chamar Conaldar; e sua mãe, antes Gudrun e até mesmo Gresham, agora é Fialla.

Mas essas vicissitudes não têm qualquer relevância na história da edição, já que a importância real está na própria forma como a história foi contada: correta e original, no tocante à forma de vida dos cimérios

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