em 02/03/2005
Título: CONAN, O BÁRBARO # 33 (Mythos Editora) - Revista mensal
Autores: O Fim dos Dias - Roy Thomas (argumento), Mike Docherty & E. R. Cruz (arte); Incidente em Argos - Roy Thomas (argumento) & Mike Ploog (arte); A Rainha da Costa Negra - Roy Thomas (argumento), John Buscema & Steve Gan (arte).
Preço: R$ 5,70
Número de Páginas: 60
Data de Lançamento: Novembro de 2004
Sinopse: O Fim dos Dias - Conan, passando-se por Kull, graças à magia do xamã Gonar, tem de ficar de braços cruzados no Trono de Topázio, enquanto Sonja parte em uma missão de busca ao Rei Kull, em um futuro apocalíptico. Conan não é bem de ficar parado, assim, logo houve de por em dia sua rixa com o picto local: Brule, o lanceiro. Enquanto isso, Sonja surge na Cidade das Maravilhas do futuro no instante mesmo em que um terremoto sacode a cidade, no que é o prenúncio do grande cataclismo que destruiu a Era Thuriana. Lá, em meio aos destroços da masmorra do palácio real, Sonja encontra o verdadeiro Kull aparentemente morto.
Incidente em Argos - Em Messântia, capital e principal porto de Argos, Conan esbarra com a lei corrupta local que torna Tara e Yusef fugitivos. Após matar um juiz desonesto, durante uma seção da corte, Conan escapa saltando a bordo do Argus, um navio zarpando do porto naquele momento.
A Rainha da Costa Negra - O Argus é afundado, muitas léguas ao sul de Messântia, pelos temíveis Corsários Negros comandados por uma impetuosa mulher branca chamada Bêlit. Apaixonada pelo destemor e pela habilidade de Conan com a espada, ela o toma como seu primeiro imediato - e companheiro de cama e mesa.
Positivo/Negativo: A capa da edição, mais uma obra-prima de Earl Norem, foi capa da lendária edição especial de A Espada Selvagem de Conan em Cores # 1, de 05 de janeiro de 1987; e é mais uma que mostra o famigerado capitão pirata Bor'aqh Sharaq, numa cena extraída da história O Templo da Criatura de Doze Olhos, apresentada em a Espada Selvagem de Conan (ESC) # 69, de julho de 1990.
Na esteira das aventuras atemporais de Conan e Sonja, O Fim dos Dias (qualquer semelhança com o filme homônimo de 1999, com Arnold Schwarzenegger e Gabriel Byrne, é pura coincidência. Viu?) sobe um degrauzinho e nos mostra os acontecimentos apocalípticos de dezoito mil anos atrás, "no período conhecido como pré-cataclísmico, do qual só se conhece o final, ainda que este permaneça envolvido em mistérios. Naquela época, o continente dominante era o Thuriano, habitado pelos povos de Kamelia, Valúsia, Verulia, Grondar, Thule e Commoria. Os bárbaros daquela era foram os Pictos, que habitavam as ilhas no mar do oeste, os Atlantes, que viviam num pequeno continente entre as ilhas pictas e o continente Thuriano, e os Lemurianos, que povoavam um arquipélago no hemisfério leste. Também existiam imensas regiões inexploradas. Os reinos civilizados, embora fossem grandes, ocupavam, comparativamente, uma porção de pouca monta no planeta. Valúsia se impunha como o maior dos reinos do oeste do continente thuriano. Sua capital, a Cidade das Maravilhas, foi, sem dúvida, a mais linda daquela era. Grondar, cuja população era menos civilizada que a maioria dos reinos, era a maior nação a leste do continente. Em meio à região mais amena do deserto de Grondar, nas florestas infestadas de serpentes, e no alto das montanhas mais elevadas, viviam clãs e tribos primitivas. A costa leste do continente thuriano era habitada por uma outra raça, misteriosa não-thuriana, com a qual os lemurianos por vezes mantinham contato. Aparentemente, estes povos vieram de algum lugar além das ilhas e continentes conhecidos até então. Ao sul erguia-se uma segunda civilização, também misteriosa, totalmente afastada da cultura thuriana e aparentemente de natureza pré-humana. A civilização thuriana se encontrava numa fase de decadência e seus exércitos eram formados basicamente por mercenários. Pictos, Atlantes e Lemurianos eram seus generais, governadores e reis. De todos os conflitos entre reinos, e das guerras e conquistas de valusianos, comorianos e atlantes, hoje restam mais lendas que histórias verídicas. Então o cataclismo se abateu sobre o mundo. A Atlântida foi engolida pelo oceano e as ilhas pictas formaram as montanhas de um novo continente. Enquanto isso, partes do mundo thuriano foram recobertas pelas águas, dando origem a grandes lagos. Vulcões e terremotos surgiram com uma fúria terrível, destruindo tudo que até então era conhecido como civilização. Nações foram aniquiladas e a face do mundo sofreu uma profunda modificação".
O texto entre aspas foi adaptado de um ensaio de Robert E. Howard e nos dá bem a idéia de como foi a época do Rei Kull.
Sobre a arte, acho que já escrevi tudo o que poderia sobre Docherty. Mas cabe aqui um adendo: nesta edição a arte está muito confusa, mesmo com a arte-final de E. R. Cruz, e as cenas de desabamento parecem se passar em uma caverna e não em um palácio.
A clássica Incidente em Argos reúne novamente Roy Thomas e Mike Ploog, este último, que teve sua arte apreciada pela primeira vez nas páginas de Conan, no Brasil, em ESC # 21, de julho de 1986, entre muitas coisas, foi o criador, juntamente com Gerry Conway da série de quadrinhos de horror Werewolf by Night, em 1972.
A aventura, apesar de bem escrita e desenhada, é apenas a introdução da maxi-série A Rainha da Costa Negra. Também já a vimos por aqui antes em Conan Saga # 2, de junho de 1993.
Na seqüência, a tão aguardada saga da Rainha da Costa Negra, que mostra a história de amor entre Conan e Bêlit, adaptada de um conto de Robert Howard, o criador de Conan e Bêlit. A Saga de Bêlit estreou por aqui em ESC # 41, de março de 1988, quando muitos dos atuais leitores estavam nascendo.
A novidade (além da arte mais definida e do texto mais fiel), ao menos para mim, e acredito que para muitos outros leitores, é saber que a arte de Buscema foi finalizada por Steve Gan (que já desenhou Salomão Kane - mais uma criação de Howard - na ESC # 4, de outubro de 1984), uma informação relevante omitida pela editora anterior.