Nas Montanhas da Ciméria (Um novo conto do jovem Conan)

 


Nas montanhas da Ciméria

Um conto do jovem Conan

Por Marcelo Alves


Quando completou 16 anos, Conan partiu de sua aldeia para conhecer os reinos civilizados do mundo hiboriano. Após enfrentar três vanires que apareceram em seu caminho, quando ele entrava na região das montanhas eiglophianas, na fronteira entre o país de Vanaheim, Conan agora escala uma das montanhas para ver melhor o outro lado da fronteira.

 

Capítulo 1

Um provérbio ensinado entre os cimérios

 

A CENA: Uma montanha. Conan está escalando ela. Ventos gelados batem no rosto do cimério como punhais cortantes. O jovem bárbaro está quase chegando ao topo. Sua escalada parece que será bem sucedida quando...  a surpresa!

     Uma avalanche de neve surpreende o cimério. A neve o atinge, arrastando-o do alto da montanha. Apenas um grito é o que o cimério pôde emitir ao receber o impacto da neve que o arrasta montanha abaixo. Conan cai! Um baque seco é ouvido e a neve lá embaixo amortece a sua queda. A cabeça roda. Tudo fica nublado e logo a escuridão chega e Conan desmaia.         

       Quando Conan subia a montanha, antes da avalanche surpreendê-lo, ele recordava um antigo provérbio cimério: “Se você não consegue na primeira tentativa, é porque lhe falta coragem”. Essa foi a primeira impressão que o jovem cimério teve ao se deparar com aquela íngreme montanha. Mas escalá-la não seria uma tarefa difícil, afinal ele é um cimério que foi criado escalando montanhas antes mesmo que um menino civilizado aprendesse a correr.

  Voltando ao momento em que Conan estava quase chegando ao topo da montanha...   

    A avalanche golpeia o jovem cimério como um estampido de búfalos. A neve derretida pode ser tão mortal como uma chuva de cristais brancos. E as rochas, não menos perigosas do que a avalanche que o empurra para baixo como um turbilhão, também pode ser tão mortal em uma queda.

      Várias vezes o cimério tentava se agarrar em uma borda das rochas somente para ser arrastado pela torrente de neve novamente. Seu corpo já está todo ensanguentado como prova do enorme esforço para tentar se agarrar em alguma saliência de rocha para amortecer sua queda.  Mas ele cai e é levado pela avalanche. Ele é apenas mais um obstáculo sendo arrastado igual a uma pedra empurrada até o bosque lá embaixo.

Um enorme pinheiro faz seu corpo parar de descer encosta abaixo. O impacto da queda faz Conan apagar. Ele fica imóvel entre o sonho e a realidade.

O sol se põe. A pequena bruma que molha as árvores começa a parar e a lua se eleva de seu esconderijo no céu avermelhado. As cenas parecem confusas como se fossem um sonho e Conan abre os olhos lentamente para vislumbrar, como uma névoa borrada, um par de pés próximos de sua cabeça deitada na neve.  

 

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