em 07/10/2004
Há doze mil anos, em um período registrado por nossa história como neolítico, quando o homo sapiens já apresentava certa organização comunitária e linguagem estruturada, talvez tenha existido uma Era onde nações bárbaras e reinos civilizados co-existiam em meio ao caos e ao esplendor, à magia e ao poder do aço, ao real e ao inimaginável. Essa Era foi chamada de Hiboriana, mas não chegou realmente a existir, porque ela é uma ficção (e isso é realmente uma pena). A Era Hiboriana foi uma criação do texano Robert Ervin Howard. Ele a imaginou e moldou conforme os costumes e acontecimentos que geraram nossa própria história conhecida, canibalizando e amalgamando fatos, nações, nomes e acontecimentos da pré-história e da história antiga e medieval num só ambiente, numa só época; e nesse contexto ele inseriu o maior personagem que sua mente fértil já concebera: Conan da Ciméria. Essa 'Pseudo-Era' serviu como pano de fundo das aventuras do herói bárbaro, e, por ser evidentemente baseada na história da humanidade, ela nos parece tão real.
Conan - oriundo de uma nação bárbara e gélida -, era um aventureiro gigantesco, de espírito bélico e eloqüente, que se tornou rei do mais poderoso reino ocidental hiboriano, conhecido como Aquilônia. Sua coroa foi conquistada a sangue e a aço depois de muitas aventuras e batalhas vividas no decorrer de seus primeiros quarenta anos. Durante esse tempo de aventureiro bárbaro ele viajou por quase todos os reinos hiborianos, por nações selvagens e por países desconhecidos, perdidos no tempo e no espaço. Ele aprendeu quase todos os idiomas conhecidos; fez comércio (embora em sua maioria ilegal) e conheceu a história e os fatos vividos pela maioria dos povos hiborianos e bárbaros.
Nos dias em que Conan caminhou sobre a terra muitas foram as línguas, moedas e datas importantes que foram faladas, comercializadas e contadas; e é sobre isso que trata esta matéria: a situação econômica, idiomática e cronológica da Era Hiboriana nos dias de Conan.
Naquela época, as grandes nações que dominavam o comércio eram Zíngara e Argos, predominantes no comércio marítimo; e Shem e Koth, predominantes no comércio terrestre. As rotas comerciais de Argos e Zíngara estendiam-se até o Sul, na costa de Kush, indo mais além, até Vendhya e Khitai. Os navios mercantes transportavam, principalmente, condimentos exóticos, seda, armas e tapeçarias, embora o transporte de escravos fosse quase uma praxe naquela época. Ao Norte, a rota alongava-se até a terra dos pictos - chegando, às vezes, nas terras de Nordheim -, onde era comum a troca de miçangas por penas de aves raras e exóticas, peles de animais e artesanatos rústicos. No entanto, o comércio marítimo às vezes não era tão proveitoso, devido aos incessantes ataques dos piratas da ilha baracha conhecida como Tortage; assim como dos bucaneiros zíngaros, que roubavam em nome do rei. No entanto, tanto barachos como bucaneiros não distinguiam a nacionalidade de suas presas, atacando navios de Argos e Zíngara indistintamente.
Em Shem, a cidade de Akbitana era o principal ponto de convergência e profusão de caravanas, que partiam para cruzar o deserto rumo a Turan, Vendhya, Iranistão e Khitai Ocidental. Outra importante cidade-estado shemita na rota das caravanas era Eruk. As caravanas, apesar de hospitaleiras, partiam sempre bem protegidas e armadas, devido ao grande movimento de zuagires, os saqueadores do deserto - há uma teoria de que os hiborianos já conheciam a inflação, porque quando os zuagires concentravam seus ataques às caravanas o preço de algumas mercadorias subia. Graças a isso, cidades na fronteira do deserto como Khauran e Khorajá adquiriram importante papel na proteção de caravanas. No interior dos reinos hiborianos o comércio entre Nemédia, Ophir, Koth e Aquilônia era bastante disputado, mas não menos perigoso. A Stygia também tinha um bom comércio com as outras nações, com predominância para a exportação de seda. Ao contrario de seus vizinhos hiborianos, que comercializavam muito mais aço, ornamentos de ouro e prata, assim como legumes, a Stygia também comercializava escravos, advindos dos reinos negros ou não.
Talvez Shadizar - situada na Estrada dos Reis - e Arenjun também servissem como entrepostos comerciais para caravanas turanianas de escravos vindas do leste e do sul. Mas Zamboula - situada entre um conjunto de oásis no Deserto de Kharamun - foi sem dúvida um grande centro comercial, já que servia de afluxo para caravanas de todas as direções.
Na Nemédia, o maior entreposto comercial era a capital Belverus, que possuía uma estrada muito usada por comerciantes, a Estrada dos Reis, que ligava a Nemédia a Tarântia e outras áreas orientais. Essa estrada era a maior rota de comércio da época e ligava os grandes reinos hiborianos, desde Khitai até Messântia, a capital de Argos. Messântia possuía um dos maiores portos marítimos da Era Hiboriana, além de ser o ponto terminal das rotas de comércio vindas da Aquilônia, Koth, Shem, Zíngara e do interior. A capital da Aquilônia, Tarântia, talvez tenha sido o maior centro comercial entre as nações hiborianas, encontrando grande rival apenas em Aghrapur, a capital turaniana.
No lado oriental, a principal cidade de comércio era Khorbul, aos pés das Montanhas Himelianas e ao norte do Rio Zaporoska. Era lá que os mercadores que atravessavam a Rota da Seda, entre Secunderam e Khitai, pagavam seus pedágios. Outro posto fortificado para o comércio era a cidade-fiscal de Vezek, em Turan, aonde as caravanas vindas da Nemédia, Corínthia e Zamora também pagavam gordos tributos para ter acesso aos mercados de Aghrapur, mais ao sul, e de outras importantes cidades às margens do Vilayet. Os bandidos que saqueavam essas caravanas, todavia, eram os kozakis e não os zuagires do deserto meridional. Ainda assim, o comércio entre Turan e Hirkânia era predominantemente marítimo, apesar das atividades dos piratas da irmandade vermelha (um outro ramo kozaki) que infestavam o Mar Vilayet, saqueando navios e cidades costeiras. Ao sudeste ficava o Iranistão, que comerciava com Vendhya e os Reinos Negros, e, provavelmente, com os reinos hiborianos também.
Em Khitai, a economia era bastante diversificada. As cidades-estado eram centros de manufatura e comércio, onde vários objetos de arte sofisticados eram produzidos. As pequenas fazendas e ranchos produziam alimentos em abundância e as minas produziam ouro, prata e outros metais, além de pedras preciosas. Além disso, sedas, drogas raras e parafernálias mágicas eram exportadas com freqüência para o ocidente.
Nos Reinos Negros, a hegemonia comercial pertencia a Kush, que exportava ouro, marfim, prata, cobre, pérolas e escravos (seja através de tráfico, ou não) e importava miçangas, sedas, açúcar e espadas de cabo de bronze.
Os principais itens de comércio na Era Hiboriana eram os utensílios básicos da vida doméstica, embora houvesse, também, um intenso comércio de armas e pedras preciosas (em sua maioria, roubadas). Carnes e legumes não podiam ser transportados por longos percursos. Ainda assim, era comum o uso do sal para conservar certas carnes em viagens muito longas. Isso era habitual em navios mercantes, já que as caravanas quase sempre podiam conseguir caça, durante certos trajetos.
Embora o comércio hiboriano também utilizasse o sistema de troca de mercadorias, o pagamento em moedas era predominante. As moedas de ouro e de prata eram universais, mas as grandes nações tinham suas próprias moedas, que eram mais do que um instrumento de troca; eram como bandeiras que divulgavam o nome de reis e autoridades de cada país. Era o caso da Aquilônia, por exemplo, com sua Luna de ouro, onde se via sempre estampado o rosto de algum soberano. Os kothianos utilizavam o Tinars; os shemitas a Imperial; os argoseanos o Thralun; e o Talento era usado em quase todos os reinos, embora fosse difícil uma boa moeda de ouro ou de prata - independentemente de sua nação de origem - não ser aceita em qualquer comércio. As moedas tanto podiam ser de ouro como de prata ou de cobre, e seu peso e valor era variado. Não pode ser descartada a importância das jóias nesse contexto. Safiras, opalas, jades e rubis, assim como pérolas preciosas, eram bem aceitas por qualquer bom comerciante, principalmente quando manufaturadas - apesar de não serem ignoradas em seu estado bruto.
Um hábil comerciante sabia falar muitas línguas, mesmo que não fosse necessário o uso da linguagem falada para se fazer entender (na hora de uma boa pechincha, por exemplo). Mas, mesmo na Era Hiboriana, o idioma era bastante diferenciado, embora seja possível acreditar que as línguas dos reinos hiborianos sejam semelhantes, pelo fato de os hiborianos serem descendentes dos sobreviventes da Lemúria e Valúsia. Isso pode até ser explicado devido a Conan saber falar quase todas as línguas de sua época. Mas, pouco se sabe ou foi dito sobre esse aspecto da Era de Conan.
Sabemos que: na Aquilônia, se falava o aquilônio; em Shem, o pelishtio; em Koth, o kothiano; em Turan e Hirkânia, o hirkaniano; em Khitai, o khitaiano; e assim por diante.
Outro aspecto interessante era o sistema de divisão de tempo hiboriano, que era semelhante ao usado por romanos e egípcios na Antiguidade. Os hiborianos baseavam-se na alternância do dia e da noite para contar os dias; e as fases da lua para contar as semanas e os meses. Ou seja, a semana corresponderia a cada uma das quatro fases da lua: nova, crescente, cheia e minguante.
Embora a posição do sol, da lua e das estrelas fosse o meio mais prático de se contar a passagem das horas e dos dias, o uso do relógio de sol e da ampulheta era bastante disseminado entre os hiborianos.
Os anos eram contados de um em um, assim como as horas. Era comum se dar aos anos o nome de animais, como o ano do Leão, do Dragão, da Gazela, do Coelho e do Porco; e aos meses nomes estranhos como Yuluk.
Nas histórias de Conan é comum lermos referências como: 'há três mil anos' ou 'dez mil anos atrás', mas não sabemos se eles (os hiborianos) tiveram algum marco zero de contagem de tempo - como em nosso caso, que é o nascimento de Cristo. É possível acreditar, porém, que a Era Hiboriana tenha durado 9.500 anos; iniciando-se 6.500 antes do nascimento de Conan da Ciméria e terminando 3.000 anos depois.
Esta foi, pois, uma rápida explanação sobre comércio, idioma e calendário, nos dias em que Conan viveu.
Devemos, entretanto, levar em conta possíveis erros dos cronistas que narraram as aventuras de Conan - nas quais este estudo foi embasado -, justamente porque Robert E. Howard (devido a sua morte prematura) deixou certos aspectos da época de Conan sem definições concretas; cabendo a nós, fãs e estudiosos de sua obra, tentar preencher as pequenas lacunas que foram deixadas, para melhor compreender o mundo hiboriano, mesmo ao custo de erros.
Conan - oriundo de uma nação bárbara e gélida -, era um aventureiro gigantesco, de espírito bélico e eloqüente, que se tornou rei do mais poderoso reino ocidental hiboriano, conhecido como Aquilônia. Sua coroa foi conquistada a sangue e a aço depois de muitas aventuras e batalhas vividas no decorrer de seus primeiros quarenta anos. Durante esse tempo de aventureiro bárbaro ele viajou por quase todos os reinos hiborianos, por nações selvagens e por países desconhecidos, perdidos no tempo e no espaço. Ele aprendeu quase todos os idiomas conhecidos; fez comércio (embora em sua maioria ilegal) e conheceu a história e os fatos vividos pela maioria dos povos hiborianos e bárbaros.
Nos dias em que Conan caminhou sobre a terra muitas foram as línguas, moedas e datas importantes que foram faladas, comercializadas e contadas; e é sobre isso que trata esta matéria: a situação econômica, idiomática e cronológica da Era Hiboriana nos dias de Conan.
Naquela época, as grandes nações que dominavam o comércio eram Zíngara e Argos, predominantes no comércio marítimo; e Shem e Koth, predominantes no comércio terrestre. As rotas comerciais de Argos e Zíngara estendiam-se até o Sul, na costa de Kush, indo mais além, até Vendhya e Khitai. Os navios mercantes transportavam, principalmente, condimentos exóticos, seda, armas e tapeçarias, embora o transporte de escravos fosse quase uma praxe naquela época. Ao Norte, a rota alongava-se até a terra dos pictos - chegando, às vezes, nas terras de Nordheim -, onde era comum a troca de miçangas por penas de aves raras e exóticas, peles de animais e artesanatos rústicos. No entanto, o comércio marítimo às vezes não era tão proveitoso, devido aos incessantes ataques dos piratas da ilha baracha conhecida como Tortage; assim como dos bucaneiros zíngaros, que roubavam em nome do rei. No entanto, tanto barachos como bucaneiros não distinguiam a nacionalidade de suas presas, atacando navios de Argos e Zíngara indistintamente.
Em Shem, a cidade de Akbitana era o principal ponto de convergência e profusão de caravanas, que partiam para cruzar o deserto rumo a Turan, Vendhya, Iranistão e Khitai Ocidental. Outra importante cidade-estado shemita na rota das caravanas era Eruk. As caravanas, apesar de hospitaleiras, partiam sempre bem protegidas e armadas, devido ao grande movimento de zuagires, os saqueadores do deserto - há uma teoria de que os hiborianos já conheciam a inflação, porque quando os zuagires concentravam seus ataques às caravanas o preço de algumas mercadorias subia. Graças a isso, cidades na fronteira do deserto como Khauran e Khorajá adquiriram importante papel na proteção de caravanas. No interior dos reinos hiborianos o comércio entre Nemédia, Ophir, Koth e Aquilônia era bastante disputado, mas não menos perigoso. A Stygia também tinha um bom comércio com as outras nações, com predominância para a exportação de seda. Ao contrario de seus vizinhos hiborianos, que comercializavam muito mais aço, ornamentos de ouro e prata, assim como legumes, a Stygia também comercializava escravos, advindos dos reinos negros ou não.
Talvez Shadizar - situada na Estrada dos Reis - e Arenjun também servissem como entrepostos comerciais para caravanas turanianas de escravos vindas do leste e do sul. Mas Zamboula - situada entre um conjunto de oásis no Deserto de Kharamun - foi sem dúvida um grande centro comercial, já que servia de afluxo para caravanas de todas as direções.
Na Nemédia, o maior entreposto comercial era a capital Belverus, que possuía uma estrada muito usada por comerciantes, a Estrada dos Reis, que ligava a Nemédia a Tarântia e outras áreas orientais. Essa estrada era a maior rota de comércio da época e ligava os grandes reinos hiborianos, desde Khitai até Messântia, a capital de Argos. Messântia possuía um dos maiores portos marítimos da Era Hiboriana, além de ser o ponto terminal das rotas de comércio vindas da Aquilônia, Koth, Shem, Zíngara e do interior. A capital da Aquilônia, Tarântia, talvez tenha sido o maior centro comercial entre as nações hiborianas, encontrando grande rival apenas em Aghrapur, a capital turaniana.
No lado oriental, a principal cidade de comércio era Khorbul, aos pés das Montanhas Himelianas e ao norte do Rio Zaporoska. Era lá que os mercadores que atravessavam a Rota da Seda, entre Secunderam e Khitai, pagavam seus pedágios. Outro posto fortificado para o comércio era a cidade-fiscal de Vezek, em Turan, aonde as caravanas vindas da Nemédia, Corínthia e Zamora também pagavam gordos tributos para ter acesso aos mercados de Aghrapur, mais ao sul, e de outras importantes cidades às margens do Vilayet. Os bandidos que saqueavam essas caravanas, todavia, eram os kozakis e não os zuagires do deserto meridional. Ainda assim, o comércio entre Turan e Hirkânia era predominantemente marítimo, apesar das atividades dos piratas da irmandade vermelha (um outro ramo kozaki) que infestavam o Mar Vilayet, saqueando navios e cidades costeiras. Ao sudeste ficava o Iranistão, que comerciava com Vendhya e os Reinos Negros, e, provavelmente, com os reinos hiborianos também.
Em Khitai, a economia era bastante diversificada. As cidades-estado eram centros de manufatura e comércio, onde vários objetos de arte sofisticados eram produzidos. As pequenas fazendas e ranchos produziam alimentos em abundância e as minas produziam ouro, prata e outros metais, além de pedras preciosas. Além disso, sedas, drogas raras e parafernálias mágicas eram exportadas com freqüência para o ocidente.
Nos Reinos Negros, a hegemonia comercial pertencia a Kush, que exportava ouro, marfim, prata, cobre, pérolas e escravos (seja através de tráfico, ou não) e importava miçangas, sedas, açúcar e espadas de cabo de bronze.
Os principais itens de comércio na Era Hiboriana eram os utensílios básicos da vida doméstica, embora houvesse, também, um intenso comércio de armas e pedras preciosas (em sua maioria, roubadas). Carnes e legumes não podiam ser transportados por longos percursos. Ainda assim, era comum o uso do sal para conservar certas carnes em viagens muito longas. Isso era habitual em navios mercantes, já que as caravanas quase sempre podiam conseguir caça, durante certos trajetos.
Embora o comércio hiboriano também utilizasse o sistema de troca de mercadorias, o pagamento em moedas era predominante. As moedas de ouro e de prata eram universais, mas as grandes nações tinham suas próprias moedas, que eram mais do que um instrumento de troca; eram como bandeiras que divulgavam o nome de reis e autoridades de cada país. Era o caso da Aquilônia, por exemplo, com sua Luna de ouro, onde se via sempre estampado o rosto de algum soberano. Os kothianos utilizavam o Tinars; os shemitas a Imperial; os argoseanos o Thralun; e o Talento era usado em quase todos os reinos, embora fosse difícil uma boa moeda de ouro ou de prata - independentemente de sua nação de origem - não ser aceita em qualquer comércio. As moedas tanto podiam ser de ouro como de prata ou de cobre, e seu peso e valor era variado. Não pode ser descartada a importância das jóias nesse contexto. Safiras, opalas, jades e rubis, assim como pérolas preciosas, eram bem aceitas por qualquer bom comerciante, principalmente quando manufaturadas - apesar de não serem ignoradas em seu estado bruto.
Um hábil comerciante sabia falar muitas línguas, mesmo que não fosse necessário o uso da linguagem falada para se fazer entender (na hora de uma boa pechincha, por exemplo). Mas, mesmo na Era Hiboriana, o idioma era bastante diferenciado, embora seja possível acreditar que as línguas dos reinos hiborianos sejam semelhantes, pelo fato de os hiborianos serem descendentes dos sobreviventes da Lemúria e Valúsia. Isso pode até ser explicado devido a Conan saber falar quase todas as línguas de sua época. Mas, pouco se sabe ou foi dito sobre esse aspecto da Era de Conan.
Sabemos que: na Aquilônia, se falava o aquilônio; em Shem, o pelishtio; em Koth, o kothiano; em Turan e Hirkânia, o hirkaniano; em Khitai, o khitaiano; e assim por diante.
Outro aspecto interessante era o sistema de divisão de tempo hiboriano, que era semelhante ao usado por romanos e egípcios na Antiguidade. Os hiborianos baseavam-se na alternância do dia e da noite para contar os dias; e as fases da lua para contar as semanas e os meses. Ou seja, a semana corresponderia a cada uma das quatro fases da lua: nova, crescente, cheia e minguante.
Embora a posição do sol, da lua e das estrelas fosse o meio mais prático de se contar a passagem das horas e dos dias, o uso do relógio de sol e da ampulheta era bastante disseminado entre os hiborianos.
Os anos eram contados de um em um, assim como as horas. Era comum se dar aos anos o nome de animais, como o ano do Leão, do Dragão, da Gazela, do Coelho e do Porco; e aos meses nomes estranhos como Yuluk.
Nas histórias de Conan é comum lermos referências como: 'há três mil anos' ou 'dez mil anos atrás', mas não sabemos se eles (os hiborianos) tiveram algum marco zero de contagem de tempo - como em nosso caso, que é o nascimento de Cristo. É possível acreditar, porém, que a Era Hiboriana tenha durado 9.500 anos; iniciando-se 6.500 antes do nascimento de Conan da Ciméria e terminando 3.000 anos depois.
Esta foi, pois, uma rápida explanação sobre comércio, idioma e calendário, nos dias em que Conan viveu.
Devemos, entretanto, levar em conta possíveis erros dos cronistas que narraram as aventuras de Conan - nas quais este estudo foi embasado -, justamente porque Robert E. Howard (devido a sua morte prematura) deixou certos aspectos da época de Conan sem definições concretas; cabendo a nós, fãs e estudiosos de sua obra, tentar preencher as pequenas lacunas que foram deixadas, para melhor compreender o mundo hiboriano, mesmo ao custo de erros.
Algumas informações contidas nesta matéria foram
retiradas de 'As
Trilhas da Aventura ', de Robert Yaple, publicada em A Espada Selvagem de Conan 20, de Junho de 1986.