Era Hiboriana: Dinossauros & Drag�

por Ricardo Tavares Medeiros
em 07/10/2004

Durante sua vida, Conan já viu e enfrentou dezenas de dragões. No entanto, não é preciso ser um expert no assunto para ver que, em sua grande maioria, os bichões não passam de alguns dinossauros que, por algum desígnio do acaso, sobreviveram ao tempo. Há inúmeros exemplos na carreira do Cimério.

Pois vejamos...

Uma história mais que clássica, de autoria do próprio criador do Bárbaro, Robert Erwin Howard, é “A cidadela dos condenados” (ESC 02 e, logo, logo, num especial da Mythos). Podemos classificar o aterrador “dragão de Suchotl” como um estegossauro. Claro que estou me atendo a certas características, como as placas no dorso. No entanto, o bicho é muito hostil e devora os cavalos de Conan e Valéria, mostrando-se carnívoro, característica alimentar que não era desta espécie. Levemos em consideração que muito tempo se havia passado da época em que este animal viveu, podendo ter mudado seus hábitos desde então. Ou se tratava, realmente, de outra espécie. Na mesma história, há um ser que espreita as trevas de Suchotl, o Rastejador, mostrando-se posteriormente como um réptil. Provavelmente alguma outra variação de dragão ou dinossauro. No entanto, não é difícil identificar uma espécie conhecida em que possamos classificar este bicho. E nem é este o objetivo desta matéria.

Não poderia faltar um dinossauro também na seqüência desta história: “Conan e os deuses da montanha” (ESC 122 a 124). Na primeira parte da história, Conan e Valéria dão de frente com um enorme tricerátops nos subterrâneos da floresta próxima a Suchotl. Este, sim, apesar da hostilidade, é um verdadeiro herbívoro, não deixando dúvidas quanto a sua espécie. Outros animais que podemos imaginar como sendo dinossauros, e muito parecidos com tricerátops, aparecem na aventura “Liberdade” (CB 38). Os bichos vivem em manadas, pastando em grandes campos. No entanto, há apenas uma vaga aparência com dinossauros, podendo, muito bem, serem de alguma das raças de animais gigantes, quem sabe até mamíferos, que habitavam aquelas paragens naquela época, como é o caso dos mamutes. Conan também já se viu em meio a uma espécie de Jurassic Park hiboriano. Na história “A presa de Set” (RC 4), o Bárbaro, já rei da Aquilônia, se vê num platô onde os mais diversos animais estranhos vivem... a maioria dinossauros. Ele mata uma criatura muito parecida com um tricerátops, mas carnívora, que tenta atacar seu grupo. No desfecho, Conan mata um estranho réptil gigante denominado “pai de Set”.

Outra história clássica com um dinossauro é “A cidadela no centro do tempo” (ESC 6). Vindo do passado pelo poço do tempo, um terrível tiranossauro é solto no meio de uma cidade. Este é o único dinossauro “original” das histórias do Bárbaro, não sobrando nenhuma sombra de dúvida a respeito de sua espécie. Carnívoro e voraz. Um outro bípede gigante, muito parecido com outro tiranossauro, mas que eu não arriscaria em classificar como tal, aparece em “O tesouro de Demuzar” (ESCOR 4). O mais certo é que pertença a alguma das inúmeras espécies de bípedes predadores carnívoros que viveram na Terra a alguns milhões de anos. Outro dinossauro aparece em “No covil do deus lagarto” (ESC 150). Esse, por suas características, é um autêntico T REX. Ao fim da história, pode-se notar um filhote da criatura, mostrando que estes seres ainda habitariam (ou habitam) nossas selvas por muito tempo.

Outro contato do Cimério com um potencial dinossauro se deu nas aventuras mostradas em CB 30 e 31. Um velho dinossauro, por suas características, muito parecido com um parassaurolofo, invade uma cidade. Conan acaba protegendo a fera de seus supostos executores, tendo se identificado com o velho bicho, ambos “guerreiros de antigas raças numa terra estranha”.

Não podemos deixar de citar o dragão de ossos de Kulan Gath, presente nas edições CB 57 e 58 e ESC 195. O monte de ossos reanimado por magia é, sem dúvida, a ossada de um réptil voador, provavelmente um pterodáctilo. Conan voa nas costas do bicho várias vezes, tanto como aliado do mago quanto enfrentado a criatura.

Mas nem todo réptil gigante das histórias de Conan pode ser classificado como dinossauro. Um exemplo clássico é Styrm, em “O retorno de Styrm” (ESC 192). Um autêntico dragão e ponto final. Não é à toa que nem o Bárbaro consegue derrotá-lo no final. Também podemos ver um dragão de verdade na história “O sangue do dragão” (HA 11). Esta história acontece na Era Hiboriana, mas Conan não é o protagonista. Kalligor se incumbe de matar um terrível dragão sem conhecer o destino de quem completa a missão. Note que os verdadeiros dragões sempre aparecem associados a magia.

De fato, é meio difícil acreditar que pudessem ainda existir dinossauros na era de Conan. Mas claro que este é um elemento de ficção que tem muitas possibilidades e deve sempre ser bem aproveitado pelos roteiristas, afinal de contas, sempre vai existir uma criatura maligna para ser derrotada por Conan ou um ser estranho que se torna um eventual aliado. Por que não um dinossauro?

LEGENDAS

CB – Conan, o Bárbaro (antiga série da Editora Abril)
ESC – Espada Selvagem de Conan
ESCOR – Espada Selvagem de Conan em Cores
HA – Homem Aranha (antiga série da Editora Abril)
RC – Rei Conan

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